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Procon encontra comida vencida em restaurantes de áreas nobres

Os restaurantes fiscalizados podem ser multados em até R$ 9 milhões; casas contestam operação do Procon

Por Da redação
Atualizado em 16 jun 2017, 12h00 - Publicado em 15 jun 2017, 16h23
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  • Muitos casais comemoraram o Dia dos Namorados em restaurantes badalados de São Paulo. Para averiguar a qualidade dos produtos vendidos nesses locais, o Procon-SP realizou a Operação Cupido em 23 restaurantes, entre os dias 8 e 13 de junho.

    Segundo Bruno Teleze Stroebel, supervisor de fiscalização do Procon-SP, foram encontradas irregularidades em 70% dos restaurantes analisados. “Foi um resultado inesperado, não esperávamos encontrar tantos problemas, pois são locais conhecidos.”

    Para Stroebel, o maior problema detectado foi o armazenamento de comida com a data de validade vencida. “Porque isso pode afetar a saúde do consumidor.”

    Estavam nessa situação sete dos 23 restaurantes fiscalizados – casas localizadas em áreas nobres de São Paulo, como Higienópolis, Jardins e Moema.

    No armazém que guarda os alimentos utilizados pelos restaurantes do Eataly foram encontrados 130 kg de creme de cacau, 40 kg de chocolate, 12,8 kg de massas e 4 kg de farinha de milho com a data vencida. “São 200 kg de produtos vencidos em um único local”, afirma o supervisor do Procon-SP.

    No Outback de Moema, foram localizados costelas temperadas e tortilhas de milho com a validade ultrapassada. No Paris 6, o Procon-SP detectou 5 kg de linguiça com a validade vencida. No Jardim de Napoli, tinha passado da validade a massa e o molho de fabricação própria.

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    O Procon-SP também encontrou fora da validade ovos de codorna e suspiros na pizzaria Dona Firmina. No Fogo de Chão de Moema, a fiscalização encontrou feijão, tempero, chá preto, lombo de bacalhau e peixe com a data de consumo ultrapassada.  No Amadeus, o Procon-SP diz que havia temperos, gelatina, shoyo, salada de polvo e molho de tomate vencidos.

    Stroebel afirma que foram lavrados autos de constatação, que se transformarão em processos administrativos contra os restaurantes fiscalizados. Ao fim do processo, as casas podem ser multadas – as sanções variam de 600 reais a 9 milhões de reais.

    Além de comida vencida, o Procon-SP também encontrou outros problemas em outros restaurantes, como falta de preços na entrada e possuíam produtos abertos na cozinha sem informação sobre a data de abertura. O Procon também encontrou problemas nos vallets, como falta de preço ou não se responsabilizar por objetos deixados no veículo.

    Restaurantes contestam dados da fiscalização

    A proprietária do Amadeus, Isabela Masano, diz que não entende uma operação que parece ter o objetivo de arranhar a imagem dos restaurantes. “Fico triste, pois esse tipo de operação tenta denegrir um trabalho de muitos anos”, disse. “Somos muito rigorosos com a questão de saúde alimentar.”

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    Segundo ela, a lista de produtos vencidos do Procon não bate com o que foi fiscalizado no local. “O que tinha era uma caixa de leite que tinha sido aberta e um molho de pimenta que estava na minha sala, que trouxe de viagem, e era para consumo pessoal.”

    Adolfo Scardovelli, gerente do Jardim de Napoli, afirma que os produtos encontrados estavam separados para descarte. “Nossos produtos são separados individualmente e não há muita sobra, pois temos muito giro. O que vence, já é separado para descarte.”

    O gerente diz que o restaurante tentou entrar em contato com o Procon-SP depois para contestar o resultado da fiscalização, mas não conseguiu. “Nossa cozinha está aberta para quem quiser nos visitar.”

    O Paris 6 informa que a linguiça encontrada não seria servida no restaurante, mas estava lá para ser experimentada pelo proprietário Isaac Azar. Só que ele está morando em Miami, onde montou uma unidade do restaurante. “Ele vem mensalmente ao Brasil, mas os produtos chegaram antes dele e venceram”, afirma o restaurante.

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    Em nota, Azar diz que as linguiças encontravam-se na câmara refrigerada, separadas e nominas a ele, aguardando sua análise comparativa. “Eles não eram destinados a consumo, estavam em regime extraordinário, portanto não estando sujeitos à inspeção diária de nossos nutricionistas. Dentro outros 500 produtos fiscalizados, todos estavam dentro da validade, como exigido por mim.”

    O Fogo de Chão informa que “itens peixe, lombo de bacalhau, tempero, chá preto e feijão carioca não são de uso no nosso cardápio e sim amostras recebidas de fornecedores diversos eque estavam segregadas para descarte, procedimento este que já foi realizado”.

    “Afirmamos ser procedimento interno do Fogo de Chão checar a data de vencimento de todos os produtos antes de serem utilizados e servidos aos clientes”, informa o restaurante.

    Donizeti Ribeiro, gerente da pizzaria Dona Firmina diz que os ovos de cordorna e suspiros não seriam preparados para os clientes. “Os ovos tinham sido deixados por um representante que queria apresentar seu produto. Os suspiros também. Eles foram doados aos funcionários, que esqueceram de levar o produto para casa.”

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    O Outback informou que prestará os devidos esclarecimentos ao Procon-SP sobre as duas unidades de produto identificadas pelo órgão em fiscalização. “E reitera seu compromisso com a segurança alimentar e a higiene de seus produtos em suas operações. “

    A assessoria do Eataly não foi localizada.

     

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