O primeiro-ministro grego, George Papandreou, manterá nesta quarta-feira um contato telefônico conjunto com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, para tentar evitar a quebra do país. Segundo um comunicado do escritório de Papandreou, a teleconferência acontecerá às 19h locais (13h de Brasília).
A atenção dos mercados está centrada em uma possível solução para que a Grécia possa cumprir suas obrigações de pagamento e não arrastar os outros integrantes da zona do euro, acrescenta a nota oficial.
Nesta terça-feira, A chanceler alemã, Angela Merkel, rejeitou taxativamente as especulações sobre uma possível declaração de insolvência por parte da Grécia e criticou quem, entre seus parceiros na coalizão governamental, alimentaram essa possibilidade. “Acho que o melhor favor que podemos fazer à Grécia é encorajá-la a cumprir os compromissos que adquiriu”, afirma Merkel em entrevista nesta terça-feira.
Antes do contato telefônico, o chefe do governo grego se reunirá com seus ministros para revisar o programa de cortes de despesas, privatizações e reformas estruturais com o qual espera arrecadar 78 bilhões de euros até 2015. A Grécia depende do cumprimento desse programa para que os parceiros da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI) liberem 8 bilhões de euros nas próximas semanas, como parte do resgate de 110 bilhões que lhe concederam em maio de 2010.
Tema em Foco: indisciplina e descontrole das contas públicas – a crise do euro
Este sexto lance da ajuda é essencial para que a Grécia não caia em moratória. As autoridades gregas advertiram que só têm fundos até outubro.
Papandreou tentará também que seus parceiros se comprometam a liberar o segundo resgate, de 160 bilhões de euros, estipulado em 21 de julho e que ainda deve ser aprovado pelos Parlamentos nacionais dos países que participam da ajuda externa.
Moody’s – A agência de classificação de riscos Moody’s anunciou nesta quarta-feira o rebaixamento da nota dos bancos franceses Crédit Agricole e Société Générale, o primeiro por sua exposição à dívida grega e o segundo pelo dispositivo de ajuda pública ao sistema financeiro.
Por outro lado, a Moody’s não alterou a nota do BNP Paribas, outro grande banco francês para o qual também se temia uma degradação devido aos riscos de uma reestruturação da dívida grega, embora a agência tenha precisado que seguirá mantendo-o sob controle para um eventual rebaixamento.