O Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido encolheu 0,2% no segundo trimestre de 2019 comparado aos três primeiros meses do ano, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 9, pela Agência para Estatísticas Nacionais do país. Essa foi a primeira contração desde o quarto trimestre de 2012. O resultado é influenciado pelo Brexit e anunciado no momento em que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, busca a saída da União Europeia em outubro.
Na comparação anual, houve crescimento de 1,2%, o que mostra desaceleração da economia britânica já que primeiro trimestre o PIB teve alta de 1,8% ante os três primeiros meses de 2018.
O fraco desempenho britânico se dá, entre outros fatores, pelas incertezas da saída do país da União Europeia. Também influenciaram os chamados estoques pré-Brexit. Com medo de uma saída sem acordo do bloco europeu, e de um consequente desabastecimento, as empresas sediadas no país passaram a estocar produtos e colocarem em prática planos de contingência. O plano inicial era que a saída ocorresse até março, mas o prazo foi estendido.
Além disso, sinais de uma desaceleração global, com a economia europeia fraca e tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo, Estados Unidos e China, também tiveram impacto no PIB.
O clima é de incerteza para o resto do ano. O novo prazo final para o Brexit, 31 de outubro, e a possibilidade de uma saída sem acordo deixa o ambiente de negócios apreensivo. Para o economista sênior do PwC Mike Jakeman, “há pouca dúvida de que a economia está estagnando, independente da volatilidade dos dados”.
O governo, no entanto, adota um discurso diferente. “Não tenho medo de um Brexit sem acordo. Eu não estou preocupado com isso. Penso que estaremos prontos e vamos sair dessa fortes mais e resilientes”, afirmou o ministro das Finanças britânico, Sajid Javid.
A economia do Reino Unido diminuiu desde 2016, quando ocorreu o referendo sobre para decidir sobre a saída do país da União Europeia. Desde então, o PIB anual que um ano antes, em 2015, cresceu 2,35% decaiu para 1,4%, registrado em 2018.
(Com Reuters)