Foi uma era de ouro. São mais de 30 plataformas da Petrobras que ainda trabalham na bacia de Campos, no Rio de Janeiro. Foi lá onde a estatal tornou-se a maior especialista em exploração de petróleo em alto mar. Agora, pouco a pouco, a empresa vai deixando esses dias de glória para trás para focar no pré-sal. Por determinação da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a estatal está se desfazendo de 250 concessões, uma grande parte deles na bacia de Campos. De imediato, 180 estão sendo repassadas para a iniciativa privada. O objetivo da ANP é que outras empresas façam prospecção em áreas não exploradas e reativem poços que ainda tenham petróleo para ser retirado.
Além disso, oito plataformas estão sendo descomissionadas este ano — o termo técnico para a desativação. Empresas estão sendo contratadas para o desmonte e venda da sucata. Segundo a ANP, nos próximos 10 anos, 34 plataformas presentes na bacia de Campos serão descomissionadas. Em todo o Brasil são 66, todas na camada chamada de pós-sal.
Além desse movimento, a Petrobras também está vendendo oito refinarias, dutos e distribuição, num projeto de levantar quase 100 bilhões de reais, que serão usados para investimentos e abatimento da dívida de quase 400 bilhões de reais da companhia. Tudo para focar no pré-sal, que tem surpreendido pela produtividade e qualidade do óleo.
Joga contra, no entanto, segundo gente gabaritada da própria empresa, a saída de importantes quadros técnicos desde que a estatal passou a fazer Programas de Demissão Voluntária (PDV), em 2014. Constam nessa relação Carlos Tadeu Fraga, que liderou o time de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobras, e José Formigli, engenheiro da estatal por mais de 32 anos.
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