O Banco Central divulgou na manhã desta segunda-feira, 12, os primeiros resultados da etapa piloto da pesquisa Firmus, que capta a percepção de empresas que não são da área financeira em relação a seus negócios e variáveis econômicas que influenciam na tomada de decisões. Já o boletim Focus, divulgado às segundas-feiras pelo Banco Central, é uma sondagem que foca o mercado financeiro.
A pesquisa Firmus tem sido realizada trimestralmente desde o último trimestre de 2023, sempre após a primeira reunião do Copom de cada trimestre. Os dados divulgados nesta segunda-feira estão desatualizados, porque referem-se à visão das empresas captada na rodada de maio da sondagem.
Na comparação das expectativas de inflação na Firmus e do mercado financeiro na pesquisa Focus, o pessimismo foi maior entre as empresas. Na época, as empresas previam inflação oficial, o IPCA em 4% em 2024. A pesquisa Focus, realizada com os analistas do mercado financeiro, indicava que a inflação somaria 3,89% em 2024.
Para 2025 e 2026, a pesquisa Firmus apontou que as empresas de outros setores projetaram, em maio, uma inflação de 4% e de 3,70%, respectivamente. Naquele momento, a pesquisa do BC com os bancos indicava um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 3,77% e de 3,60% para esses anos. As medianas para o crescimento do PIB em 2024 foram praticamente idênticas nas duas pesquisas.
O mais recente boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira indica uma projeção de inflação maior. A expectativa para o IPCA deste ano subiu de 4,12% para 4,20%, na quarta vez consecutiva que analistas aumentam suas projeções. Já a previsão para 2025 teve queda, passando de 3,98% para 3,97%.
Em julho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,38% em julho, superando as expectativas do mercado, que apontavam um aumento de 0,35%. Esse resultado levou a inflação acumulada em 12 meses a bater o teto da meta do Banco Central, que fica numa situação mais pressionada para aumentar a taxa de juros no Brasil.
Na ata da última reunião do Copom, divulgada na terça-feira, 6 de agosto, o BC sinalizou que “não vai hesitar em elevar a taxa de juros se necessário para assegurar a convergência da inflação à meta”.