Depois de o ministro da Cidadania, João Roma, dizer a VEJA que a pasta iria verificar a situação do “Bolsa Alteta” do corredor Paulo André Camilo, participante do reality show da TV Globo, ‘Big Brother Brasil (BBB)‘, o governo decidiu suspender a assistência paga ao velocista. Na ocasião, Roma, que comanda a pasta acima da Secretaria Especial do Esporte, mostrou-se surpreso em saber que o benefício, no valor de 1,8 mil reais, estaria sendo pago ao mesmo tempo em que o atleta abdica de treinos e competições em busca do prêmio de 1,5 milhão de reais no programa televisivo. “Se ele está no programa e recebendo o Bolsa Atleta, eu acredito que possa ser cortado, sim. Vou até verificar”, disse a VEJA.
Segundo nota divulgada pela Secretaria Especial do Esporte, na quarta-feira 23, “a Consultoria Jurídica do Ministério da Cidadania já emitiu parecer sobre a participação de Paulo André Camilo de Oliveira no Big Brother Brasil, da TV Globo. A pasta encaminhou notificação para o atleta e aguarda a manifestação dele para dar andamento ao processo. Cabe informar que o pagamento foi suspenso preventivamente, já que a lei que disciplina o Programa Bolsa Atleta exige a continuidade dos treinos durante todo o período de recebimento do benefício”.
Vale ressaltar que os outros salários e benefícios recebidos pelo atleta continuam vigentes. Além do Bolsa Atleta federal, Paulo André recebe mensalmente 2.000 reais pelo Bolsa Atleta Capixaba, e um salário próximo a 5.000 reais pela patente que ocupa na Marinha. Ele ainda recebe uma quantia da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) por integrar a seleção permanente da categoria. Recentemente, a CBAt convocou Paulo André para a participação do campeonato Sul-Americano de Atletismo, realizado nos dias 19 e 20 de fevereiro, na Bolívia. Por estar confinado para participar do reality, ele não competiu.
Segundo o blog Olhar Olímpico, do portal UOL, a equipe de Paulo André está tratando o período de confinamento no BBB como se fosse uma lesão. A justificativa é de que “para atletas de alto rendimento como ele, é normal que lesões de gravidade média a alta custem três ou quatro meses de treinos e é possível recuperar a preparação durante a mesma temporada”. Thays Andreata, mãe do filho de Paulo André, disse, em suas redes sociais, que “a vida de atleta não é fácil no Brasil e vimos o ‘BBB’ como uma forma de proporcionar uma vida melhor para nosso filho”. A suspensão do benefício não é algo definitivo. O governo aguarda pronunciamento da equipe do atleta para decidir se prosseguirá com a interrupção do pagamento. Dentro das pistas, Paulo André é conhecido por ser o terceiro homem mais ágil da história do país, mas, por enquanto, ele seguirá confinado em uma corrida diferente, que vale 1,5 milhão de reais.