Depois de prejuízos milionários no segundo trimestre, as companhias aéreas Gol e TAM estão redobrando esforços para elevar os preços das passagens e recuperar a lucratividade. Os presidentes da Gol, Paulo Kakinoff, e da TAM, Marco Antonio Bologna, disseram nesta terça-feira que o aumento de custos no setor aéreo faz com que a tendência atual seja de alta das tarifas.
“�Não temos nenhuma projeção de curto prazo, mas, se permanecermos nesse patamar elevado de custo de combustível, é uma questão de tempo para vermos uma posição inevitável de aumento de tarifas�”, disse Kakinoff. �”Persistindo a alta de custos dessa maneira, uma recuperação tarifária poderá acontecer�”, afirmou Bologna.
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Para justificar a intenção de aumentar o preço das passagens, o presidente da TAM afirmou que as aéreas sofreram um choque de custos �nos últimos meses. O principal deles foi o aumento das despesas com querosene de aviação, que representam cerca de um terço do custo das companhias. O custo do combustível é atrelado ao dólar e ficou maior com a valorização da moeda americana – a divisa subiu cerca de 11% entre abril e junho ante o real.
Apesar de insistirem na necessidade de repassar os custos ao preço das passagens, os executivos das duas empresas evitaram dar prazos de quando as tarifas começarão a subir. Segundo eles, o aumento só ocorrerá se o mercado for capaz de absorvê-lo. Até o momento, as companhias têm enfrentado dificuldade em elevar as tarifas.
Demanda – �Se elas aumentarem o preço, terão menos passageiros�, disse o diretor do curso de Ciências Aeronáuticas da PUC-RS, Elones Ribeiro. �O passageiro que viaja a lazer vai deixar de viajar ou vai voltar a andar de ônibus se achar que a passagem aérea está muito cara.�
No primeiro semestre, Gol e TAM tiveram uma redução na demanda por voos domésticos de 2,44% e 0,38%, respectivamente, de acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Apesar da retração das duas líderes, o tráfego de passageiros no Brasil cresceu 7,3% no período.
(Com Agência Estado)