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O que explica o fechamento do dólar ao menor valor em cinco meses

Moeda foi negociada, na mínima do dia, a R$ 4,94 após a decisão dos principais bancos centrais de manter diferencial de juros; moeda fechou em R$ 5,04

Por Luana Zanobia Atualizado em 2 fev 2023, 19h08 - Publicado em 2 fev 2023, 17h44
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  • O dólar comercial fechou nesta quinta-feira, 2, cotado a 5,045 reais, com queda de 0,3%. Apesar de próxima da estabilidade, a moeda registrou o menor valor de fechamento desde agosto do ano passado. No intradia, a moeda chegou a ser vendida a 4,94 reis. 

    A desvalorização está atrelada a elevação de menor magnitude, de 0,25 ponto percentual, nos juros pelo Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos, e pelo anúncio do Banco Central Europeu (BCE) de um aumento de 0,50 ponto percentual. No Brasil, o Banco Central decidiu manter a taxa de juros no patamar de 13,75% e não descartou novas altas, o que também afetou a desvalorização do dólar.

    Na manhã desta quinta-feira, após comunicado do BCE, a moeda americana ampliou o recuo frente a uma cesta de moedas internacionais. O dólar comercial atingiu, na mínima, 4,94 reais às 10h42. “Nos Estados Unidos, o Fed deixou claro que ainda não foi o fim do ciclo de aperto monetário, mas que com a inflação começando a apresentar sinais de desaceleração o ritmo de altas deve começar a ser menor, o que aumentou o apetite aos investimentos de maior risco pelo diferencial de juros”, diz Diego Costa, chefe de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T Câmbio.

    A diferença entre as taxas de juros entre o Brasil e os Estados Unidos é significativa. Enquanto a taxa de juros nos Estados Unidos é historicamente baixa, aqui ela é relativamente alta. Ambas estão acima do normal para os seus países. Isso tem impacto na valorização da moeda brasileira, o real, em relação ao dólar americano. Quando as taxas de juros são altas, os investidores estão mais propensos a investir no país, o que aumenta a demanda por sua moeda. Como resultado, o valor da moeda aumenta em relação a outras moedas. No caso do Brasil, a alta taxa de juros tem atraído investidores internacionais, o que ajuda a valorizar o real em relação ao dólar americano.

    Por isso, o afrouxamento na política monetária pelo Fed aumentou o apetite por investimentos de maior risco, devido ao diferencial de juros. Além disso, o Banco Central brasileiro demonstrou autonomia ao manter a taxa de juros inalterada, apesar das críticas do governo, e deu sinais de que não deve recuar por enquanto. Para Luiz Osório Leão Filho, gestor de investimentos e estratégia internacionais da Somma Investimentos, a reação de hoje acontece diante do afrouxamento apontado na política monetária pelo Fed. No entanto, os investidores seguem atentos às questões internas. “O mercado está em compasso de espera pela nova âncora fiscal. Se a proposta que vai substituir o mercado for entendida de forma positiva, há espaço para o real se apreciar ainda mais. Se não fosse essa dúvida, acredito que o real já teria se apreciado ainda mais”, diz. 

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    A moeda americana acumula perda de 0,99% na semana, de 0,25% no mês e de 4,12% em 12 meses.

     

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