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O plano do setor de chocolates para mais uma Páscoa em meio à pandemia

Números afundaram 33% em 2020 em função do confinamento pela Covid-19; fabricantes apostam em vendas por e-commerce, delivery e supermercados

Por Diego Gimenes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 mar 2021, 17h31 - Publicado em 4 mar 2021, 09h42
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  • A Páscoa é a primeira das datas comemorativas a completar o segundo ano consecutivo em meio à pandemia. Em 2020, a quarentena e as medidas de restrição de circulação começaram a ser adotadas justamente no principal período de vendas da indústria, o que derrubou todas as expectativas das fabricantes e fez encalhar grande parte dos estoques. Segundo a consultoria Boa Vista, as vendas desabaram 33% em relação a 2019. Um ano após uma Páscoa para ser esquecida, o setor, assim como tantos outros, precisou se reinventar, seja em novos produtos ou nas entregas, para conseguir atender a maior quantidade possível de clientes e garantir resultados melhores em 2021.

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    Para se adequar ao momento, o planejamento e a produção foram iniciados com maior antecedência em relação ao ano anterior. Sem o Carnaval tradicional, as grandes redes de supermercados já começaram a expor os produtos especiais antes mesmo do fim da folia — antes, as vendas só se iniciavam após o feriado. “A comercialização da indústria para o varejo e para os aplicativos já aconteceu, mas é natural que os consumidores deixem para comprar no último momento”, pondera Ubiracy Fonsêca, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab).

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     Ainda que o avanço do contágio pelo coronavírus tenha forçado alguns estados e prefeituras a tomar novas medidas para evitar o colapso da saúde, a indústria de ovos de Páscoa acredita que a maior concentração de vendas está no varejo presencial. “Nosso principal canal de distribuição são os supermercados e padarias, que, por serem serviços essenciais, não vão fechar”, afirma Fonsêca. Por outro lado, se, em 2020 as indústrias foram pegas de surpresa pela pandemia, o planejamento para 2021 foi feito levando em conta as vendas pela internet.

    Pensando nisso, as fabricantes montaram uma verdadeira força-tarefa para atender os consumidores das mais diferentes maneiras. A Lacta, por exemplo, reforçou o e-commerce da marca e firmou parcerias com aplicativos de delivery. Além de poderem comprar em lojas físicas e pelo site da empresa, os clientes podem adquirir os produtos de Páscoa pelos aplicativos RappiJamesiFood Cornershop, agilizando a entrega sem sair de casa. “Em 2021, o objetivo é continuar levando a magia da Páscoa para as pessoas, mas agora em novos formatos e experiências. Desenhamos uma estratégia muito consistente, tanto do ponto de vista de produtos, quanto comercial e de marketing”, diz Renata Vieira, diretora de marketing de chocolates da Mondelez Brasil, proprietária da marca Lacta. A companhia também lançou um serviço via WhatsApp, com perguntas e respostas sobre o processo de compra e uma interação direta para montar a cesta de compras.

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    Mesmo com o tom de otimismo adotado pelas fábricas de chocolate, a associação não descarta entrar em um acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) para esticar mais uma vez o período de vendas. Em 2020, essa foi uma das alternativas encontradas pelo setor para mitigar os prejuízos com a data — quando o comércio desses produtos seguiu até o mês de maio. “Acredito que vamos vender bem, não será uma Páscoa excelente e maravilhosa, até pelo momento que vivemos, mas estamos otimistas porque fizemos o nosso dever de casa”, projeta Fonsêca. Se você for comprar ovos de Páscoa, seja nos supermercados ou pela internet, siga os protocolos e boas compras.

    Contratações

    Apesar do cenário desafiador, o setor está otimista, tanto que tem contratado neste início de ano. Para atender à demanda, a indústria de chocolates estima quase 12 mil contratações temporárias diretas e indiretas de profissionais que atuarão nas linhas de produção ou nos pontos de venda. O número representa um crescimento de 4,8% em relação ao ano anterior.

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    No quesito produto, a aposta é em kits personalizados que contenham brindes e brinquedos para as crianças. De toda forma, as empresas têm o entendimento de que no fim das contas a relação custo-benefício é a que mais vai pesar para a decisão final dos consumidores. Os ovos de Páscoa naturalmente já costumam pesar no bolso do brasileiro, e, com inflação crescente, a preocupação com custos também vai estar presente na produção.

    Para tentar baratear o preço final, as empresas investiram em infraestrutura nas fábricas. “A solução é ter mais produtividade. Nesse sentido, a indústria apostou na automação da produção e do empacotamento, para que o produto tenha um custo menor”, conta o chefe da Abicab. Vale lembrar que, apesar de o cacau ser feito majoritariamente no Brasil, a principal matéria-prima do chocolate é comprada em dólar. Em outras palavras, além de lidar com a inflação, os produtores também devem se atentar à escalada da moeda americana.

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