Motor da geração de empregos com carteira assinada no Brasil, as micro e pequenas empresas tiveram em maio mais postos formais fechados do que abertos. Esta é a primeira vez que isso acontece em seis anos. Os dados, que foram compilados pelo Sebrae com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, foram divulgados pelo jornal Folha de S. Paulo nesta sexta-feira.
Segundo o Sebrae, as empresas de médio e pequeno porte desligaram 456 vagas com carteira assinada, em maio. O número pode parecer pequeno, mas em maio de 2014 o estoque de empregos formais era positivo em 104.000 postos. No auge, em 2010, foi de 1,6 milhão de vagas.
As PMEs, que são 99% de todas as empresas do país, concentram 52% dos empregos formais e respondem por 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
Pesquisas sobre o mercado de trabalho também têm detectado esse fenômeno. Segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo IBGE nesta quinta, houve uma queda de 1,9% no número de empregados do setor privado com carteira assinada. Em um ano, essa categoria perdeu 708.000 trabalhadores.
Para o economista da RC Consultores, Marcel Caparoz, esse fenômeno tem se intensificado porque uma parcela das PMEs tem recorrido à informalidade para driblar a crise.
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