As denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras levaram a agência de classificação Moody’s a rebaixar a classificação de crédito, medida pelo critério Baseline Credit Assessment (BCA), que mede a gestão da empresa independente da entidade à qual está vinculada, no caso, o governo. Com isso, a classificação do risco caiu de baa3 para ba1. Foram levadas em conta a fragilidade da governança corporativa da petroleira e sua capacidade de evitar prejuízo aos investidores após a divulgação dos casos de corrupção do petrolão.
Apesar da queda, a nota ainda mantém a Petrobras no seleto grupo de empresas com selo de grau de investimento, ou seja, com maior acesso a crédito de grandes investidores internacionais. A Moody’s, porém, não mexeu na nota global da Petrobras, que permanece em Baa2, com perspectiva negativa.
A decisão pode ser uma indicação de que a Petrobras corre o risco de ter sua nota global rebaixada em breve. Segundo fontes, a chance de a petroleira perder o grau de investimento é mínima. Para que isso aconteça, a Moody’s teria que rebaixar em mais dois níveis a classificação da Petrobras. O que tem sustentado a nota global da companhia é a certeza de que a estatal poderá sempre contar com o apoio do Tesouro Nacional.
Leia mais:
Alto endividamento faz Moody’s rebaixar nota da Petrobras
O futuro incerto da Petrobras após doze anos de PT
Petrobras: de menina dos olhos a ovelha negra de Dilma
A Moody’s havia demonstrado confiança no governo ao justificar a manutenção do grau de investimento da petroleira em outubro. Naquela ocasião, a agência já havia rebaixado a nota global da petroleira, de Baa1 para Baa2. A decisão foi justificada pelo alto grau de endividamento da empresa.
Apesar de o mercado ainda não conhecer os resultados da companhia no terceiro trimestre, que teve a divulgação suspensa após a auditoria externa Pricewaterhouse Coopers (PwC) se recusar a revisar os números sem um aprofundamento das investigações de corrupção, o rebaixamento expressa o pessimismo com o cenário econômico da companhia. A avaliação é de que também pesou na decisão da Moody’s a possibilidade de a Petrobras ter suas dívidas cobradas antecipadamente pelos credores.
(Com Estadão Conteúdo)