O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou na manhã desta terça-feira, 26, que recebeu a carta assinada pelo CEO global do Grupo Carrefour, Alexandre Bompard, com o pedido de desculpas pela declaração que gerou a crise entre a rede varejista e o agro brasileiro.
O ministério também divulgou o conteúdo do documento de retratação do Grupo Carrefour e disse que trabalhou para que uma declaração equivocada não colocasse “em dúvida um trabalho de defesa agropecuária de alto nível e de uma produção de alta qualidade e comprometida com uma das legislações ambientais mais rigorosas do planeta. O agronegócio, segundo apurou o Radar Econômico, recebeu com bons olhos o pedido de desculpas.
Na nota, o ministério defende a qualidade da produção nacional e afirma que o país tem um sistema rigoroso de defesa agropecuária e é o principal exportador de carne de aves e bovina do mundo. “Assim, o Mapa enaltece o trabalho desempenhado pelo setor, a gestão ativa das associações e seus associados na defesa de uma produção de excelência que chega às mesas de consumidores em mais de 160 países do mundo”, diz a nota oficial.
A mensagem também reforçou que as boas relações diplomáticas conquistadas pelo governo brasileiro fazem com que, somente nos últimos dois anos, 281 novos mercados se somem ao extenso portfólio dos produtos agropecuários brasileiros.
Entenda a crise
No dia 20 de novembro, o anúncio do Carrefour da França de suspender a venda de carne do Mercosul, em apoio aos agricultores franceses, causou surpresa e provocou uma reação imediata do setor agropecuário brasileiro, que iniciou um boicote às operações da rede no Brasil. A decisão foi comunicada pelo CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, em 20 de novembro, em meio à pressão de agricultores contrários ao acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.
A resposta brasileira incluiu a suspensão do fornecimento de carne às lojas da rede no país, incluindo o Atacadão e o Sam’s Club, além de uma nota de repúdio assinada por entidades como CNA, Abiec e Abag. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, também criticou a medida, classificando-a como protecionista e desproporcional. Com a crise instalada, nesta terça-feira veio o pedido de desculpas oficial da rede varejista francesa.