O mercado financeiro reduziu a previsão para a taxa básica de juros – a Selic – para 8,25% neste ano, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda feira. É a primeira alteração nas estimativas dos economistas após 12 semanas de estabilidade. O resultado ocorre na semana seguinte à divulgação da primeira queda nos preços em 11 anos, registrada em junho. Os economistas também voltaram a baixar as apostas para a inflação e o crescimento do PIB para 2017.
O Banco Central tem indicado que observa a a queda na inflação e a da atividade econômica para calibrar o ritmo do corte nos juros, hoje em 10,25% ao ano. A próxima redução do Copom, órgão do BC responsável pela decisão sobre a Selic acontecerá entre os dias 25 e 26 deste mês.
Os economistas consultados pelo Focus reduziram as estimativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 3,46% para 3,38% neste ano. É a sexta semana de queda seguinte nas estimativas do indicador oficial de inflação do país, d0 IBGE, cuja meta para o ano é de 4,5%, com tolerância de 2 pontos porcentuais. A estimativa de inflação para 2018 também caíram, de 4,25% para 4,24%, o quinto recuo semanal consecutivo.
Na última semana, o IBGE divulgou que o IPCA de junho registrou queda nos preços de 0,23%. Foi o menor índice desde agosto de 1998 (-0,51%) e a primeira vez em onze anos que foi registrada deflação no indicador.
As projeções para o crescimento do PIB para este ano voltou a recuar, para 0,34%, após uma semana de estabilidade. A aposta para 2018 se mantém inalterada, em 2%
A Selic é a taxa usada como referência para definir os juros pagos em diversos contratos do sistema financeiro, de empréstimos para a compra de imóveis a cartões de crédito. Ela é definida em reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), que é parte do Banco Central, em reuniões que ocorrem a cada 45 dias. O BC altera a taxa básica de juros para controlar a inflação, por meio da influência que a Selic têm na oferta de dinheiro disponível no mercado.