Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central voltaram a subir a projeção da inflação para este ano. Segundo os dados compilados pelo Boletim Focus e divulgados nesta segunda-feira, 7, o IPCA deve encerrar o ano em 4,38%, 0,01 ponto acima da semana passada. Apesar de ligeira, a revisão retoma a tendência de inflação mais elevada — que motivou dez semanas consecutivas de revisão no IPCA. A projeção se aproxima ainda mais do teto da meta, que é de 4,5% para o ano.
A desancoragem da inflação é um dos grandes motivos que levaram o Banco Central a iniciar o ciclo de aperto monetário. Apesar da projeção seguir dentro da margem de tolerância, está bem acima do centro da meta, que é de 3%. Para 2025 e 2026, os analistas mantiveram as projeções em 3,97% e 3,60%, respectivamente. Apesar da manutenção, as projeções estão distantes do centro da meta, que é de 3%.
Com a desancoragem da meta inflacionária, o mercado manteve estima que a Selic possa ir a 11,75% neste ano, o que significa um aumento de 1 ponto percentual até o fim deste ano. O Copom tem mais dois encontros marcados neste ano e deve seguir o ciclo de aperto monetário.
Para o PIB, o mercado manteve a projeção de crescimento de 3% para este ano e para 2025, revisou de 1,92% para 1,93%. O desempenho da economia em 2024, com crescimento acelerado e mercado de trabalho aquecido contribui para a pressão inflacionária, já que há um aumento de demanda.