Na semana em que o IBGE divulga o resultado oficial do Produto Interno Bruto (PIB) do 2º trimestre, economistas consultados pelo Banco Central voltaram a rebaixar a previsão de crescimento da economia brasileira para este ano. O PIB, de acordo com a projeção, deve terminar o ano em 0,80%. Na semana passada, a projeção estava em 0,83%. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 26, no Boletim Focus. Os analistas do mercado também baixaram novamente a previsão para a inflação oficial: de 3,71% na semana anterior para 3,65%.
Caso se mantenha neste patamar, o PIB será menor que nos dois anos anteriores, quando a taxa de crescimento da economia foi de 1,1%. Os economistas começaram o ano otimistas com o desenvolvimento de investimentos e o setor produtivo, chegando a prever o PIB a 2,57%. Mas, sem a retomada esperada, a previsão virou de “pibinho” depois de cinco meses de reajuste para baixo da taxa. O PIB é soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Na quinta-feira, o IBGE divulga o resultado oficial para o período. Caso venha negativo, como no primeiro trimestre (-0,2%), o país entra em recessão técnica.
A previsão do PIB para 2020 também foi revista pelos economistas na edição do Focus. O crescimento da economia deve ser de 2,10%. Na semana passada, a projeção era de 2,20%. Para 2021 e 2022, a projeção se mantém em 2,5%.
Inflação, câmbio e juros
Foi a terceira semana seguida que os analistas ouvidos pelo BC apontaram revisão na inflação. Com a redução, o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) continua abaixo do centro da meta da inflação deste ano, definida em 4,25% pelo Conselho Monetário Nacional. A taxa, no entanto, está dentro da margem de erro, que é de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima (2,75% a 5,75%). Para 2020, o mercado baixou a estimativa do IPCA de 3,90% para 3,85%. No próximo ano, a meta da inflação é de 4%, com tolerância entre 2,5% e 5,5%.
Os analistas consultados pelo Banco Central alteraram a previsão para o dólar comercial ao fim do ano. A estimativa do mercado é que a moeda termine 2019 vendida a 3,80 reais e na semana anterior a estimativa era de 3,78 reais. Os patamares ainda estão abaixo da cotação atual. Na sexta-feira, o dólar fechou vendido a 4,12 reais, sexta semana consecutiva de alta e maior resultado desde setembro do ano passado, devido a tensões comerciais globais e um impasse diplomático entre Brasil e países europeus por causa da Amazônia.
A estimativa mantida no relatório desta semana foi da taxa básica de juros. A Selic deve terminar o ano a 5%, mesma estimativa da semana passada. Atualmente, a Selic está em 6%, menor patamar da história, e o Banco Central já indicou que deve continuar a cortar a taxa para estimular a economia. A próxima reunião do Conselho de Política Monetária (Copom), responsável pela taxa de juros, será no dia 18 de setembro.