Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central estimam que a taxa básica de juros da economia, a Selic, deva encerrar 2019 a 4,50% ao ano. Os dados são do Boletim Focus desta segunda-feira, 21. Na semana anterior, a queda prevista era de 4,75% ao ano. Hoje, a Selic está em 5,50% ao ano, menor patamar da história. O Copom (Comitê de Política Monetária) se reúne na próxima semana para definir sobre a taxa.
A aposta em uma queda mais acentuada nos juros começou a ganhar força após o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro, que veio com deflação de 0,04%. No Focus da semana anterior, o top 5 (grupo das cinco instituições financeiras que mais acertam previsões), era de 4,75%. O Banco Central já havia sinalizado que irá dar continuidade a ajustes adicionais nos juros para estímulo da economia. Porém, com o resultado fraco da inflação, a aposta ganhou força.
No boletim desta semana, os analistas de mercado voltaram a revisar para baixo o índice de inflação. A aposta é que o IPCA encerre o ano em 3,26%. Foi a 11ª semana consecutiva de queda. Caso a inflação encerre o ano neste patamar, estará abaixo da meta de inflação definida pelo governo, que é de 4,25% neste ano. Porém, ainda continua dentro da margem de erro, que é de um e meio ponto percentual para baixo ou para cima, variando entre 2,75% e 5,75%. O mercado também revisou a previsão de inflação para 2020, de 3,73% para 3,66%. A meta para o próximo ano é de 4%, com variação entre 2,5% e 5,5%.
A aposta do mercado é que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça a 0,88%. A revisão, após seis semanas de estabilidade, foi ligeira, de 0,01 ponto percentual. Com isso, o mercado ainda aposta que o crescimento da economia brasileira será menor que em 2017 e 2018, quando o PIB ficou em 1,1%. O Produto Interno Bruto é a soma dos produtos e serviços de um país em um determinado período.
O único índice que não apresentou variação nesta semana foi o câmbio. O mercado financeiro projeta que o dólar encerre o ano vendido a 4 reais. A taxa é inferior ao valor da moeda na última sexta-feira, em que fechou vendida a 4,12 reais.