A processadora de carne JBS teve lucro líquido de 309,8 milhões de reais no segundo trimestre, o que representa uma queda de 79,8% ante mesma etapa de 2016, resultado marcado por queda nas receitas, aumento das despesas e impacto do câmbio.
O balanço veio sem revisão de auditores independentes, que aguardam a conclusão dos resultados da apuração de fatos ligados ao acordo de leniência firmado pela sua holding controlada J&F com o Ministério Público Federal.
O trimestre foi o primeiro período completo após a deflagração da Operação Carne Fraca, em março, que desvendou um esquema de corrupção em frigoríficos para fraudar fiscalização. Isso arranhou a imagem dos produtores no exterior e prejudicou os volumes exportados.
A participação da União Europeia (que tomou medidas restritivas após a Operação Carne Fraca) nas exportações da empresa caiu 1,7 ponto percentual do primeiro para o segundo trimestre, enquanto a do México subiu 1,9 ponto percentual.
A JBS, que vem vendendo ativos considerados não essenciais para ajudar a reequilibrar sua situação financeira, mais fragilizada após os efeitos da delação e leniência envolvendo a holding e executivos da J&F, fechou junho com caixa de 11,3 bilhões de reais.
No fim de junho, a dívida líquida da empresa somava 50,4 bilhões de reais, alta de 5,4% em relação a março. A despesa financeira líquida da companhia somou 2,2 bilhões de reais de abril a junho, mais de cinco vezes superior à de um ano antes.
Já a receita líquida da divisão Seara caiu 6,1%, para 4,32 bilhões de reais, à medida que a companhia teve que direcionar maior volume para o mercado doméstico a preços menores. As exportações da unidade caíram 9,3%.
(Com Reuters)