Em mais um desdobramento da investigação do Ministério Público do Rio Grande do Sul sobre adulteração de leite na região, mais quatro pessoas foram presas na noite de terça-feira e na manhã de quarta. De acordo com a Promotoria, foram detidos um empresário, dois transportadores de leite, um funcionário de laticínio e um vereador e também empresário, nos municípios de Rondinha, Boa Vista do Buricá e Horizontina. Foram cumpridos ainda sete mandados de busca e apreensão.
A promotoria ainda explicou que quatro caminhões usados no transporte foram apreendidos, assim como documentos e notas fiscais que comprovariam a compra de ureia. O promotor Mauro Rockenbach explicou nesta quarta que não há condições de levantar a quantidade de leite adulterado consumido pela população. Além do MP, a operação contou com a participação de representantes do ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e com o apoio da Brigada Militar.
Na segunda-feira, a Polícia Civil de Goiás prendeu sete suspeitos de integrarem uma quadrilha que roubava e adulterava leite em vários municípios do estado, conforme a Agência Brasil. As prisões foram realizadas em Morrinhos, cidade localizada a 128 quilômetros da capital Goiânia.
Em comunicado à imprensa, a Polícia Civil de Morrinhos informou que investigava a quadrilha desde novembro do ano passado, após denúncias do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Goiás (Sindileite) a respeito de roubo do produto no sul do estado. Em uma das rotas monitoradas, a polícia encontrou três caminhões que transportaram, na última semana, cerca de 700 mil litros de leite adulterado.
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No início do mês, algumas empresas gaúchas foram interditadas, após a constatação de que o leite era adulterado com acréscimo de formol, proveniente de ureia, durante o transporte até o laticínio, antes do envase. São elas Italac, Mumu, Líder, Latvida,Goolac, Hollmann e Só Milk, sendo as últimas três fabricadas também pela VRS Indústria de Laticínios – a mesma da Latvida. A ureia era utilizada para enganar a fiscalização, já que compensaria a perda nutricional do produto quando diluído em água. Com isso os transportadores conseguiam aumentar em até 10% sua remuneração, que é baseada em litros transportados.
Na segunda-feira os fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) queimaram 6,2 toneladas de leite em pó contaminado em Taquara (RS). A operação é uma extensão da apreensão realizada no início do mês que encontrou um esquema de adulteração de leite no Rio Grande do Sul. De acordo com a Agência Brasil, dos 318 mil litros de leite cru apreendidos na operação, em 28 mil foram encontrados ureia e formol, comprovando a adulteração.
A pena prevista pela legislação para casos de falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produtos alimentícios, é de quatro a oito anos de prisão.