Os desdobramentos da Operação Lava Jato e o cofre do governo trancado pelo ajuste fiscal derrubaram os gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a dois terços dos valores verificados no ano passado. De acordo com a organização não governamental (ONG) Contas Abertas, os valores pagos até o fim de fevereiro somaram 7,5 bilhões de reais, ante 11 bilhões de reais em 2014, uma queda de 31,8%. Essa cifra inclui investimentos e também gastos com custeio e inversões financeiras (aquisições como imóveis e bens) relacionados ao programa.
Segundo levantamento do O jornal O Estado de s. Paulo, há pelo menos 30 grandes obras paradas em todo o país, principalmente devido à Lava Jato, que afetou a Petrobras e as gigantes da construção civil, e também por causa do aperto fiscal. Além disso, prejudica o governo a ausência de uma lei orçamentária.
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Empresários que prestam serviços ao governo já vinham relatando a forte desaceleração das obras do PAC. “A União já apresenta retração nos dois primeiros meses, que pode ser justificada pela ausência do orçamento, mas também é fruto do ajuste, que não vai poupar os investimentos”, avalia o secretário-geral da Contas Abertas, Gil Castello Branco.
A explicação do Ministério do Planejamento é de que o PAC entrou na fase de conclusão de sua segunda etapa, iniciada no primeiro mandato de Dilma Rousseff e, portanto, “é natural que o ritmo de pagamentos seja diferente quando comparado ao período anterior”.
(Com Estadão Conteúdo)