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Iminente corte da Selic faz dólar passar de R$ 5,40 e bater novo recorde

Mercado financeiro aposta em redução de 0,75 ponto percentual na taxa básica, o que pode levar a economia brasileira a ter juros reais negativos

Por Felipe Mendes Atualizado em 22 abr 2020, 20h17 - Publicado em 22 abr 2020, 19h29
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  • A alta probabilidade de corte na taxa básica de juros, a Selic, fez com que o dólar comercial disparasse nesta quarta-feira, 22. O resultado foi que a moeda americana atingiu um novo recorde nominal histórico: 5,4094 reais na venda, com valorização de 1,89% sobre ao pregão anterior. No intradia, entretanto, o dólar chegou a bater nos 5,42 reais. Pode-se dizer que, em parte, o avanço cambial se dá por um ajuste ao movimento de escalada global da moeda americana na véspera – a bolsa brasileira esteve fora de operação na terça-feira, 21, devido ao feriado de Tiradentes –, mas o movimento de valorização do dólar é, sobretudo, alicerçado ao aumento da probabilidade de corte na taxa Selic, que hoje vigora em 3,75% ao ano.

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    “O mercado está precificando que há probabilidade de 92% para corte de 0,75 ponto percentual na taxa de juros. As apostas na curva de juros implicam essa possibilidade”, diz Pablo Spyer, diretor de operações da corretora Mirae Asset. “Ao acontecer isso, diminui o ímpeto de estrangeiros em investir em renda fixa no mercado brasileiro.” O Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, tem reunião marcada para os próximos dias 5 e 6 de maio para definir os rumos da taxa básica de juros da economia brasileira, que hoje se encontra no menor nível da história.

    Durante o dia, o Banco Central (BC) lançou um leilão de swap reverso, avaliado em 500 milhões de dólares, para conter a escalada da moeda americana, mas só conseguiu vender cerca de 330 milhões de dólares. A prática de leilões tem sido abandonada pela instituição nas últimas semanas. “O Banco Central deve parar com os leilões já que o problema não é de falta de liquidez, e sim uma especulação de mercado”, afirma Mauriciano Cavalcante, diretor de câmbio da Ourominas, que projeta a continuação da escalada da moeda num curto espaço de tempo. “Com esse provável corte, nós vamos ficar com juros reais praticamente negativos, descontando-se a inflação. A tendência para o futuro próximo é de que o dólar continue buscando patamares mais altos, podendo bater os 5,50 reais em poucos dias”, complementa.

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