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Ibovespa sobe 2,5% na semana, e analistas veem espaço para novos recordes em 2024

Fatores externos e internos impulsiona o mercado, que chegou perto da máxima histórica. Papéis de bancos, varejo e frigoríficos foram os que mais subiram

Por Camila Pati 17 ago 2024, 08h11
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  • O movimento de alta do Ibovespa reflete o cenário externo mais favorável combinado à resiliência interna do mercado financeiro, ainda que haja desafios no câmbio e incertezas fiscais. Se essa conjuntura continuar se alinhando, analistas de mercado consultados por VEJA veem espaço para o Ibovespa capitalizar e atingir novos recordes até o final do ano.

    No entanto, os investidores precisam ficar atentos às mudanças econômicas e políticas, tanto no Brasil quanto lá fora, já que elas podem influenciar o humor do mercado nos próximos meses. 

    Embora tenha encerrado em leve queda de 0,15% na sexta-feira, 16,  o Ibovespa nos últimos dias avançou por 8 dias consecutivos e se aproximou da máxima histórica de 134.193,72 pontos, alcançada em dezembro do ano passado. Na sexta-feira, fechou o dia a 133. 9 pontos.

    O principal fator externo que favorece a bolsa brasileira é a expectativa para o corte de juros em setembro pelo Fed, o banco central americano. Com os juros nos EUA  no maior patamar em 23 anos, a atratividade dos títulos públicos do país, os Treasuries, estava bem alta, favorecendo a fuga do capital estrangeiro do Brasil.

    Os dados econômicos recentes dos últimos dias trouxeram boas notícias, dados de inflação no país também foram animadores, mostrando que a inflação está controlada e reforçando a expectativa de corte de juros.  A projeção de queda da taxa de juros nos EUA no próximo mês tem atraído capital estrangeiro para mercados emergentes como o Brasil, impulsionando a alta do Ibovespa. 

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     “A confirmação no exterior de que o início do corte dos juros se dará em setembro é muito vantajosa para os países emergentes, dado que a gente teve uma grande saída de fluxo por causa do aumento das taxas lá fora. E agora, com a expectativa de queda, muito provavelmente esse fluxo tende a voltar, como já aconteceu mês passado”, diz Rodrigo Moliterno, especialista em renda variável da Veedha Investimentos, lembrando que o investimento estrangeiro representa mais de 50% do volume da bolsa. 

    Na mesma linha é a visão de André Colares, CEO da Smart House Investments.“Essa injeção de recursos é uma força motriz para a valorização das ações na B3”, diz Colares.

    Além do fator Estados Unidos, Cristiane Quartaroli, economista chefe do Ouribank explica que o apetite a risco no Brasil é influenciado também pela taxa de juros no Brasil, mantida a 10,5% na última reunião do Copom, com sinalização para alta caso seja necessário frear o avanço da inflação. “Por enquanto está tudo sob controle, mas o fato de o Banco Central ter colocado o gato no telhado, ajudou porque  vamos ter juros mais baixos nos Estados Unidos e juros mais altos aqui, o que atrai fluxo de capital para o Brasil e impulsiona a bolsa”. 

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    A temporada de balanços positiva das empresas também influenciado os resultados do Ibovespa na última semana. “Foi uma boa temporada de resultados. As empresas estão bem preparadas, com expectativas positivas”, diz Moliterno. Ele ainda destaca a influência do posicionamento do governo de mais leniência na questão de acompanhar a meta fiscal. “Há uma certa expectativa de melhora”, diz o especialista em renda variável da Veedha Investimentos. 

    No entanto, Moliterno alerta para o impacto das questões macroeconômicas, especialmente a recuperação lenta da economia chinesa, que afeta diretamente setores como o de mineração. “Ainda que os resultados das empresas de mineração sejam bons, o setor é muito afetado pelo macro, principalmente a China, que está demorando a engatar”, diz Moliterno.

    O crescimento econômico mais lento da China pode afetar o Brasil, especialmente devido à relação com as commodities. Embora o comércio tenha mostrado um crescimento de quase 3%, a indústria chinesa apresentou resultados abaixo do esperado. Um ponto preocupante, segundo analistas, é a queda de 25% nas vendas de novas moradias de janeiro a julho em comparação com o ano anterior.

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    E para onde vai a bolsa?

    É difícil prever o comportamento em curto prazo. Na visão de João Daronco, analista da Suno Research existem as forças positivas de empresas em bom momento – como Petrobras, Banco do Brasil, BB Seguridade – e a perspectiva de entrada de fluxo significativo de investimentos com cortes nos juros dos EUA. “Do lado negativo, vejo o cenário fiscal podendo impactar negativamente o mercado brasileiro, além de possíveis dados negativos relacionados com a inflação”, diz.

    Davi Lelis, especialista e sócio da Valor Investimentos,  acredita que dados o nível de produção e o preço-lucro que as empresas entregam, o Ibovespa deveria estar pelo menos a 150 mil pontos. Isso  só não ocorre por conta das turbulências em Brasília e a instabilidade política e fiscal, em torno do teto de gastos e da lei de diretrizes orçamentárias. “ Se a gente fizer o dever de casa aqui dentro, a Bolsa vai continuar subindo e fechar o ano muito bem esse ano”, afirma.

    A pedido de VEJA, a Quantum Finance fez um levantamento com as maiores altas entre os dias 5 e 15 de agosto, período em que o Ibovespa acumulou oito altas seguidas:

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    05/08/2024 até 15/08/2024
    IRBBRASIL RE ON NM – IRBR3 IRBR3 48,31%
    LOJAS RENNER ON NM – LREN3 LREN3 21,66%
    BRADESCO PN N1 – BBDC4 BBDC4 19,84%
    BRADESCO ON N1 – BBDC3 BBDC3 19,68%
    P.ACUCAR-CBD ON N1 – PCAR3 PCAR3 18,35%
    B3 ON NM – B3SA3 B3SA3 17,03%
    MINERVA ON NM – BEEF3 BEEF3 16,54%
    MAGAZ LUIZA ON NM – MGLU3 MGLU3 14,87%
    JBS ON NM – JBSS3 JBSS3 14,35%
    EMBRAER ON NM – EMBR3 EMBR3 14,17%

     

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