O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu que o dólar está em um patamar elevado — fechou a 5,65 reais, a maior cotação em cerca de dois anos e meio, nesta segunda, 1º — e que o real desvalorizou mais do que moedas de países vizinhos.
“Apesar de a desvalorização ter acontecido no mundo todo, de uma maneira geral, aqui ela foi maior do que nos nossos pares. Colômbia, Chile, México também tiveram [desvalorização]”, disse a jornalistas no Ministério da Fazenda. Segundo o ministro, a alta pode ser atribuída a “muitos ruídos”.
Pesam na alta do dólar declarações recentes e reiteradas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a autonomia do Banco Central, o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, e a condução da política monetária.
Nesta segunda, Lula voltou a criticar a autonomia do BC, dizendo que o presidente da autarquia deve “olhar para o Brasil do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala” e que quem quer que o BC seja autônomo é o mercado.
O petista também ressaltou estar há dois anos com o presidente do BC indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. “Eu tenho que, com muita paciência, esperar a hora de indicar o outro candidato, e ver se a gente consegue… Ter um presidente do Banco Central que olhe o país do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala”, disse.
Haddad afirmou que o governo “precisa comunicar melhor os resultados econômicos que o país está atingindo” e citou como exemplo que hoje teve uma confirmação sobre arrecadação de junho, que ficou acima da esperada pela Receita Federal.
Em relação ao contingenciamento de despesas no Orçamento deste ano, o ministro disse que ele será “do tamanho necessário para que nossas metas sejam atingidas. Tanto do ponto de vista da despesa, que tem um teto, quanto do ponto de vista da receita, para que nós nos aproximemos dentro da banda da meta de 2024”.