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Guerra comercial com China está “em suspenso” após acordo com EUA

Trump ainda pode impor tarifas no futuro, caso Pequim não leve adiante suas promessas

Por Estadão Conteúdo
20 Maio 2018, 12h55
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  • O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, afirmou neste domingo que o governo do presidente Donald Trump colocou “em suspenso” a imposição de tarifas à China, após dias de negociações entre as partes. Segundo ele, porém, Trump pode no futuro impor tarifas, caso Pequim não leve adiante suas promessas.

    “Conseguimos progresso muito significativo com a China nas negociações comerciais”, afirmou Mnuchin, durante entrevista à emissora Fox News. Segundo ele, foi fechado um marco, uma estrutura entre as partes, que incluirá uma redução “significativa” do déficit comercial americano com a potência asiática. “Há um acordo com a China para reduzir o déficit substancialmente”, enfatizou.

    Mnuchin citou alguns números específicos. Segundo ele, o governo americano deseja atingir uma alta de 35% a 40% em suas vendas no setor agrícola à China apenas neste ano. No setor de energia, ele disse que a intenção é que as compras chinesas dobrem no futuro próximo: “É possível haver alta de 50, 60 bilhões de dólares em compras de energia [da China] nos próximos três a cinco anos”. Ele também disse que o secretário de Comércio, Wilbur Ross, visitará em breve a China e tratará, entre outros temas, de buscar maior abertura no setor de tecnologia.

    A autoridade foi questionada pelo fato de que a China não teria aceitado a exigência de um corte de 200 bilhões de dólares no déficit comercial, sem se comprometer com metas específicas. Segundo Mnuchin, o governo não divulga suas metas, que variam a cada setor da economia.

    Mnuchin também foi perguntado sobre o caso da ZTE, uma empresa chinesa que sofreu sanções por ter desobedecido uma proibição americana de fazer negócios com a Coreia do Norte e o Irã. Segundo ele, Trump quer que o governo seja duro com a ZTE. Nesta semana, contudo, o presidente americano disse que esse caso deve ser visto no contexto mais amplo das negociações bilaterais. Mnuchin afirmou, porém, que qualquer mudança que possa ser feita na punição à ZTE levará em conta a proteção da tecnologia e dos empregos americanos.

    Na entrevista, o secretário do Tesouro tratou ainda das renegociações em andamento do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês), que envolve EUA, Canadá e México. Segundo ele, Trump está mais preocupado em conseguir um bom acordo do que com prazos. Caso não seja possível votar o tratado reformulado logo, isso poderia ser feito pelo próximo Congresso, após as eleições legislativas americanas de novembro, comentou Mnuchin. “Ainda estamos distantes, mas trabalhamos para negociar um bom acordo”, disse.

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