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China promete retaliação se Trump confirmar novas tarifas

A China reiterou que não pretende entrar em uma guerra comercial, mas que não tem medo de ingressar em uma

Por Estadão Conteúdo
6 abr 2018, 09h16

Porta-voz do Ministério do Comércio da China afirmou nesta sexta-feira que o país “não vai hesitar em pagar qualquer preço” para defender seus interesses se os Estados Unidos adotarem novas tarifas contra produtos chineses.

Na véspera, a gestão Donald Trump anunciou que vai avaliar se impõe uma taxação a mais 100 bilhões de dólares (334,4 bilhões de reais) em importados da China. O valor poderá se somar aos 50 bilhões de dólares (167,2 bilhões de reais) anunciados no início da semana como retaliação ao roubo de propriedade intelectual americana.

O porta-voz chinês sugeriu que Pequim está aguardando a confirmação da imposição das tarifas pela Casa Branca. “Vamos ouvir as suas palavras e observar suas ações”, afirmou.

A China reiterou que não pretende entrar em uma guerra comercial, mas que não tem medo de ingressar em uma. O país também afirmou que pretende continuar abrindo seus mercados.

Em resposta ao anúncio do início da semana, Pequim fixou a taxação de 50 bilhões de dólares (167,2 bilhões de reais) em compras de produtos americanos, incluindo soja e aviões.

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OMC

A guerra comercial entre as maiores economias do mundo chegou aos tribunais da Organização Mundial do Comércio (OMC). Numa iniciativa ampla de questionamento da política comercial dos Estados Unidos, o governo da China atacou as novas barreiras impostas pela administração de Donald Trump.

Também ontem, EUA, Europa e Japão lançaram um ataque contra as políticas de tecnologia da China, acusando o país de adotar medidas que criam distorções no mercado internacional e favorecem as empresas locais no desenvolvimento de tecnologia de ponta. Na avaliação dos três governos, a China viola as regras de propriedade intelectual. Os novos casos prometem causar um acúmulo de processos num sistema que, diante da falta de juízes, já estava à beira da paralisia.

Diplomatas de Pequim apresentaram dois casos à OMC. O primeiro se refere às tarifas impostas por Trump contra cerca de 1,3 mil produtos eletrônicos, que afetariam um fluxo de comércio de 50 bilhões de dólares (167,2 bilhões de reais).

No documento, o governo chinês alega que as medidas não se justificam e que as supostas investigações conduzidas pelo governo americano não foram transparentes nem objetivas.

O segundo processo é sobre a barreira criada pelo governo americano contra o aço chinês. Pequim alerta que as novas tarifas incrementadas em 25% não se justificam como parte de um plano para assegurar a “segurança nacional” dos EUA.

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A ação na OMC foi lançada depois que uma negociação entre americanos e chineses não chegou a acordo sobre um nível de compensação que exigia Pequim. O ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi, apelou à comunidade internacional que haja uma “união para defender juntos o crescimento da economia mundial” contra as barreiras americanas.

“A comunidade internacional deve se opor em seu conjunto a tais apões unilaterais e violações de regras”, disse. “Se os EUA pensam que podem ganhar com o protecionismo, estão enganados”, insistiu.

Para o governo americano, o caso aberto por Pequim na OMC “não tem base”. A Casa Branca afirma que as regras internacionais permitem que um governo descumpra suas tarifas, alegando questões de segurança.

Uma decisão da OMC sobre o caso, porém, só deve sair em dois anos. Antes de partir para uma guerra comercial, a administração de Trump minou os trabalhos do órgão de apelação da entidade, uma espécie de supremo tribunal do comércio. Hoje, a entidade que deveria ter sete juízes conta com apenas quatro, que acumulam milhares de páginas de queixas.

Em comentário nesta semana, o vice-diretor da OMC, Alan Wolff, admitiu que “os perigos colocados sobre os sistema comercial mundial são graves”.

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