Na terça-feira, 9, a fintech Balko, de ativos alternativos, fará uma rodada de investimentos no valor de 1 milhão de reais para aporte em precatórios federais. O investimento será feito em crédito referente a três precatórios que têm prioridade no pagamento e que estão nos orçamentos de 2021 e 2022. “Esta é a primeira de 20 rodadas que projetamos realizar este ano”, diz Caio Fasanella, CEO da Balko. “Para 2021, a nossa meta de distribuição é de 100 milhões de reais”, diz ele.
O aporte mínimo pelos clientes será de 5 mil reais e o máximo de 10 mil reais e é destinado a investidores que possuem perfil moderado ou agressivo. A expectativa de rentabilidade dessa rodada é de 16% ao ano, com retorno previsto até 2022. A empresa surfa na busca pela diversificação da carteira de investimentos, trazida pelos juros da renda fixa em patamares historicamente baixos e pelo excesso de liquidez disponível no mercado. Em 2020, o valor investido pelos usuários na plataforma foi de R$ 6 milhões.
Créditos de precatórios são um investimento muito cobiçado pelo profissionais do mercado financeiro, uma vez que têm maior rentabilidade e risco mais controlado de calote entre as muitas opções de ativos do mercado. Os precatórios são títulos de dívidas que o governo pagar por causa de condenações judiciais que sofreu. Por ano, o governo federal paga aproximadamente 50 bilhões de reais em precatórios. A crise da Covid-19 gerou uma boa oportunidade para ampliar o acesso a esse tipo de investimento. Além da queda do juros básico do país, o número de pessoas que querem vender suas dívidas para se rentabilizar neste momento de situação financeira complicada aumentou, o que é vantajoso para quem ganha justamente com o deságio dos ativos.
No ano passado, a maioria dos precatórios oferecidos pela fintech nas rodadas de investimento se esgotaram em menos de uma hora. O objetivo agora é continuar investindo nesse tipo de ativo, mas também em ações judiciárias de classe geral que tenham repercussão pública e, principalmente, imóveis retomados em leilão judicial e extrajudicial. Com a crise financeira causada pela Covid-19 e a democratização de acesso a investimentos proporcionada pelas fintechs, mais opções alternativas, como essa surgida da alta judicialização dos conflitos no Brasil, têm tudo para se tornar cada vez mais um mercado atraente. Mas, em vez de apenas para os investidores institucionais, pode ser mais acessível ao brasileiro comum.