O embargo às importações de carne de frango pela União Europeia fez as vendas brasileiras ao exterior despencarem 8,5% entre janeiro e maio deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Em abril, a UE anunciou a exclusão de vinte unidades de frigoríficos da lista dos que estão autorizados a exportar frango para o bloco comercial. A maior parte pertence à BRF, dona da Sadia e Perdigão, maior processadora de alimentos do país.
Levantamento da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostra que as exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 1,601 milhão de toneladas nos primeiros cinco meses deste ano, contra 1,750 milhão de toneladas no mesmo período do ano passado.
Em receita, as comercializações de carne de frango alcançaram 2,602 bilhões de dólares, saldo 12,3% menor que os 2,966 bilhões de dólares registradas nos cinco primeiros meses de 2017.
Considerando apenas o mês de maio, houve retração de 4,7% nos volumes embarcados, com 333,2 mil toneladas em maio deste ano, contra 349,5 mil toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, as vendas do quinto mês de 2018 chegaram a 517,6 milhões de dólares, 13% inferior aos 594,8 milhões registrados no ano anterior.
“Os efeitos da paralisação dos caminhoneiros serão sentidos somente nos levantamentos realizados em junho, devido à metodologia de estatísticas de exportação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio”, analisa Francisco Turra, presidente da ABPA.
O México tem se destacado pelo crescimento absoluto mais expressivo entre todos os importadores da carne de frango brasileira. Para lá, foram exportadas 44,8 mil toneladas nos cinco primeiros meses deste ano, 100% a mais que no ano anterior.
Outro mercado com compras expressivas é a China. Incrementando suas importações em 12%, o mercado chinês foi destino de 179,9 mil toneladas entre janeiro e maio deste ano.
Vale destacar que no início deste mês a China impôs tarifas extras à carne de frango brasileira. A medida antidumping temporária foi criada com o objetivo de proteger a indústria local chinesa, que reclama de que o Brasil estaria vendendo produtos abaixo do valor de mercado. A decisão provisória determina que os importadores chineses de frango brasileiro terão que pagar depósitos de 18,8% a 38,4% do valor de suas compras.
“Também houve notável crescimento nos embarques para Jordânia, Iêmen, África do Sul, Coreia do Sul e Chile, que ajudou a reduzir o desempenho menor registrado em outros mercados”, explica o diretor-executivo da ABPA, Ricardo Santin.