Apesar do prazo cada vez mais apertado para resolver o impasse, os americanos começam esta quarta-feira sem perspectiva de fechar um acordo entre democratas e republicanos – e desperdiçando mais um dia na contagem regressiva para resolver a situação. Na noite de terça-feira, o embate no Congresso dos Estados Unidos em torno do aumento do teto da dívida pública, marcado para esta quarta, foi adiado para quinta. A perda de apoio dos aliados republicanos levou o presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, a desistir de submeter sua proposta ao plenário e a mudá-la ao gosto da ala mais radical do partido. O Senado deverá acompanhar a agenda da Câmara e também adiar a votação de seu projeto, apoiado pela Casa Branca.
O adiamento foi decidido a apenas seis dias do prazo máximo para o Congresso aprovar um projeto, sem o qual o Tesouro americano terá de suspender os pagamentos federais. Além da oposição da bancada, a proposta de Boehner ainda enfrenta a ameaça de veto do presidente americano, Barack Obama. Hoje, a Casa Branca reiterou essa decisão ao Congresso, para o caso de o projeto ser aprovado também pelo Senado. Nesta quarta, Boehner não pretende tocar na maior controvérsia com a Casa Branca e o Senado, de maioria democrata – o aumento do teto da dívida em apenas 1 trilhão de dólares, suficiente apenas até o final deste ano. Sua intenção é aumentar os cortes nos gastos públicos, originalmente de apenas 850 bilhões de dólares, para pelo menos 1,2 trilhão nos próximos dez anos.
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A iniciativa permitiria ao republicano recuperar o apoio de colegas que, hoje, o abandonaram. “Parem de choramingar e de reclamar e venham juntos, como conservadores”, conclamou o deputado Eric Cantor, republicano com fama de truculento, ao defender a proposta de Boehner à bancada republicana. “Esse projeto estará morto na chegada ao Senado, se conseguir passar na Câmara”, atacou o senador democrata Harry Reid. Com apoio explícito da Casa Branca, a proposta de Reid prevê o aumento de 2,4 trilhões de dólares no teto da dívida, um valor suficiente para o governo Obama atravessar o ano eleitoral de 2012 sem os atuais riscos. Reid limpou do texto todas as medidas rejeitadas anteriormente pelas duas bancadas, para facilitar também a tramitação na Câmara.