WASHINGTON, 25 Abr (Reuters) – A demanda por bens duráveis nos Estados Unidos registrou a maior queda em três anos em março e uma medida sobre os planos de gastos empresariais caiu, sugerindo que a atividade industrial perdeu força no final do primeiro trimestre.
Os pedidos de bens duráveis tombaram 4,2 por cento, o maior declínio desde janeiro de 2009, informou nesta quarta-feira o Departamento do Comércio, que também revisou para baixo o resultado de fevereiro para crescimento de 1,9 por cento.
Economistas previam que os pedidos para bens duráveis, que abrangem de torradeiras a aviões, caíssem 1,7 por cento, após alta de 2,4 por cento previamente reportada para fevereiro.
A queda nos pedidos foi puxada por um recuo de 12,5 por cento em encomendas para equipamentos de transporte -a maior baixa desde novembro de 2010.
Excluindo transportes, os pedidos caíram 1,1 por cento, após uma alta de 1,9 por cento em fevereiro. Economistas esperavam que essa categoria tivesse ganho de 0,5 por cento.
O resultado do relatório somou-se a sinais de que a manufatura deixou o primeiro trimestre com menos força. Dados divulgados na semana passada mostraram que a produção industrial ficou estável em março pelo segundo mês consecutivo, enquanto algumas medidas regionais de atividade fabril caíram em abril.
A manufatura tem sido uma das principais fontes do crescimento econômico, mas está desacelerando na medida em que as economias da zona do euro caem em recessão e o crescimento da China esfria.
A queda nos pedidos para equipamentos de transporte refletiu um recuo de 47,6 por cento em encomendas de aeronaves civis. A Boing recebeu apenas 53 pedidos de aviões, de acordo com o website da fabricante, uma forte queda em relação aos 237 pedidos de fevereiro.
Pedidos para veículos motorizados tiveram leve alta em relação ao mês passado.
Somando-se ao fraco teor do relatório, os pedidos de bens de capital fora do setor de defesa excluindo aeronaves, uma medida aproximada e observada de perto sobre os planos de gastos empresariais, caíram 0,8 por cento, após uma revisão para cima do número do mês anterior, que passou para 2,8 por cento.
Economistas esperavam que essa categoria tivesse alta de 0,9 por cento, após um crescimento previamente reportado de 1,7 por cento.
Mas os embarques de bens de capital fora do setor de defesa excluindo aeronaves, que entram no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), subiram 2,6 por cento, após um aumento de 1,4 por cento em fevereiro.
Isso sugere que o crescimento do investimento empresarial em bens de capital se acelerou no primeiro trimestre, mas provavelmente não tanto quanto nos períodos anteriores.
(Reportagem de Lucia Mutikani)