Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Empresas brasileiras reduzem investimento na Argentina

Economia argentina está em recessão e o país não chegou a um acordo com os credores internacionais

Por Da Redação
10 ago 2014, 09h39
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A crise da Argentina diminuiu o ânimo das empresas do Brasil para investir no país vizinho. Nos primeiros seis meses de 2014, os dados do Banco Central revelaram que a saída de investimentos diretos brasileiros para a economia argentina foi de 64 milhões de dólares, abaixo dos 247 milhões de dólares investidos entre janeiro e junho do ano passado.

    Publicidade

    A queda dos investimentos brasileiros pode ser explicada por dois grandes motivos: a economia argentina está em recessão e o país não chegou a um acordo com os credores internacionais – chamados pelo governo de fundos abutres – que não aceitaram a renegociação das dívidas feitas em 2005 e 2010. “Um investimento para ser feito tem de ter previsibilidade de fluxo de caixa e um risco aceitável”, afirma Rodrigo Zeidan, professor de economia e finanças da Fundação Dom Cabral (FDC). “Hoje, os investimentos que estão sendo feitos são aqueles com possibilidade de ganho muito grande que compensam o risco da economia local.”

    Publicidade

    Embora o investimento brasileiro tenha apresentado queda na Argentina em 2014, a vida das multinacionais já vem sendo dificultada pelo governo local nos últimos anos. Em 2013, a mineradora Vale suspendeu um investimento de 6 bilhões de dólares na Província de Mendoza, onde havia começado a explorar potássio na área de Malargue. Na época, era considerado o maior investimento privado do país e previa a construção de ferrovias e ampliação de portos.

    Leia também:

    Publicidade

    Vice-presidente da Argentina é processado por corrupção

    Após dar calote, Cristina Kirchner anuncia medidas para incentivar a economia

    Publicidade

    Presidente da Avós da Praça de Maio encontra neto após 36 anos

    Continua após a publicidade

    A empresa de louças e metais sanitários Deca também decidiu deixar o país vizinho no ano passado. Na saída, a companhia alegou dificuldades “em suas operações na Argentina, apesar de ter realizado esforços vigorosos para preservar sua competitividade na região.” “A situação para o investimento estrangeiro está complicada desde 2012”, afirma Mauricio Claveri, coordenador de análise de comércio exterior e negociação internacional da consultoria argentina Abeceb. “Houve uma queda muito grande, principalmente, por conta do cerco cambial, que deixou mais difícil para as empresas repatriarem o lucro”, diz Claveri.

    Publicidade

    Adaptação – As brasileiras que permaneceram na Argentina tiveram de fazer mudanças para enfrentar a nova realidade. A Alpargatas – empresa do grupo Camargo Corrêa – fez uma reestruturação antes da atual crise. A companhia ajustou os processos industriais, mudou o line up de produtos e fez uma redução de pessoas. “A empresa ficou mais enxuta e leve. Fomos fazendo isso ao longo do tempo. Estamos no tamanho certo”, diz Márcio Utsch, presidente da Alpargatas. No segundo trimestre, a venda de calçados esportivos na Argentina foi de 1,535 milhão de pares, um aumento de 5,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

    Pela lógica, a economia da Argentina deve seguir pouco atrativa para as empresas brasileiras. O crescimento continuará baixo e há outros países da América Latina com fundamentos macroeconômicos mais saudáveis e que podem atrair investimento. “A questão política na Argentina ainda acaba dominando a economia. E curiosamente essa crise parece ter elevado o nacionalismo, e isso favorece um futuro governo que tenha a mesma linha da Cristina Kirchner”, afirma Luís Afonso Lima, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e Globalização Econômica (Sobeet). “Se isso se concretizar, o mercado não deve abrir linhas de crédito ao menos no médio prazo.”

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    (Com Estadão Conteúdo)

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.