O emprego na indústria recuou pelo quinto mês consecutivo, apresentando queda de 1% em maio ante abril, informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. Além de ser a pior do ano, esta é a maior perda observada desde fevereiro de 2009, quando o indicador decresceu 1,3% em um momento em que a economia sentia com mais força os efeitos da crise internacional de 2008.
A última alta no indicador foi verificada em dezembro de 2014, com porcentual de 0,3%. De lá para cá o número de pessoal empregado nas fábricas só tem diminuído. De janeiro a maio, o recuo já chega a 5% e, no acumulado dos últimos doze meses, a 4%. Na comparação com maio de 2014, a baixa foi ainda mais acentuada, de 5,8%.
Segundo o IBGE, o contingente de trabalhadores recuou em 17 dos 18 ramos pesquisados, com destaques para máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-12,9%), meios de transporte (-11%), produtos de metal (-10,6%) e outros produtos da indústria de transformação (-9,6%). Já o setor de produtos químicos teve o único resultado positivo, com 0,2%.
A queda do emprego é acompanhada pela redução do valor da folha de pagamento, que recuou 3,7% frente abril, alcançando a maior queda verificada desde janeiro de 2013, quando caiu 5,3%.
O instituto avaliou que os números negativos são reflexos da crise que atinge o setor desde 2013. “Esses resultados refletem, especialmente, a diminuição de ritmo que marca a produção industrial desde o último trimestre de 2013, com redução de 9,7% desde outubro de 2013. Nesse mesmo período, o pessoal ocupado e do número de horas pagas também mostraram perdas: de -7,3% e de -8,2%, respectivamente. A evolução da média móvel trimestral reforça esse quadro: nas duas variáveis, seu desempenho é predominantemente negativo desde o fim do primeiro semestre de 2013”, informou a pesquisa.
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