Em meio a mais uma troca atabalhoada na presidência da Petrobras por parte de Jair Bolsonaro, o secretário de Desestatização, Diogo Mac Cord, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, gestam um pedido de abertura de crédito suplementar para a empresa, orçado em 379,7 milhões de reais no Orçamento deste ano. O montante, justificam, teria como finalidade a permissão para que a empresa realize investimentos em projetos “de modo a assegurar o desempenho operacional na sua área de atuação”. Segundo o pedido, por meio de dois ofícios a que VEJA teve acesso, a abertura de crédito não seria incompatível com a manutenção das previsões orçamentárias desenhadas pelo governo e aprovadas pelo Congresso Nacional.
Segundo o documento, os recursos seriam utilizados em um aditivo ao contrato de implantação da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do gasoduto Rota 3 e de execução de atividades de implantação da unidade postergadas de 2021 para 2022, sobretudo em decorrência dos impactos contratuais causados pela pandemia Covid-19, segundo o Ministério da Economia. “A empresa relata que se projeta gastar menos em relação ao aprovado na LOA-2022 em função do cancelamento de poços de delimitação na Bacia de Campos”, afirma o pedido. No começo do mês, a Petrobras anunciou o terceiro maior lucro trimestral da história da companhia, de 44,5 bilhões de reais, algo que foi classificado como “estupro” pelo presidente Jair Bolsonaro durante uma live.
Na noite desta segunda-feira, 23, o governo de Bolsonaro demitiu o comandante da Petrobras, José Mauro Coelho, e resolveu substituí-lo pelo secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, Caio Mário Paes de Andrade. O atual mandatário ficou 40 dias no cargo. Coelho estava à frente da empresa desde 13 de abril, depois da demissão do general Joaquim Silva e Luna e da recusa do economista Adriano Pires de assumir o cargo. O nome de Paes de Andrade ainda deverá ser aprovado pelo conselho de administração da empresa.