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Eletrobras vende três distribuidoras do Norte do país

Energisa levou a Eletroacre (Acre) e Ceron (Rondônia), enquanto a Oliveira Energia ficou com a Boa Vista Energia (Roraima)

Por Reuters Atualizado em 30 ago 2018, 23h03 - Publicado em 30 ago 2018, 18h55
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  • A Eletrobras vendeu em leilão nesta quinta-feira suas três distribuidoras de energia no Norte do país, recebendo propostas do grupo Energisa pelas empresas que atuam no Acre e em Rondônia e de um consórcio entre Oliveira Energia e ATEM pela elétrica de Roraima.

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    Não houve concorrência. As compradoras eram foram as únicas empresas interessadas no negócio.

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    Como resultado, as tarifas de luz da Eletroacre cairão em 3,7% após a entrada do novo controlador, enquanto na Ceron, de Rondônia, haverá redução de 1,75%.

    O leilão foi considerado amplamente favorável por representantes do governo, uma vez que as distribuidoras são fortemente deficitárias e apresentam alguns dos piores indicadores de qualidade do setor.

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    A venda das distribuidoras, empresas que têm levado a perdas financeiras pela Eletrobras nos últimos anos, ocorreu por um valor simbólico condicionado a aportes, entre outros fatores, apesar da forte pressão de políticos contrários ao negócio. A operação encontrou compradores mesmo sem a aprovação de um projeto de lei no Congresso que ajudaria na atração de mais investidores para o leilão.

    “Essas empresas acumularam prejuízos de mais de 20 bilhões de reais nesses últimos vinte anos. As três somam um passivo de 2,8 bilhões para a Eletrobras, que passará a ser um passivo das empresas adquirentes”, disse o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira.

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    “O leilão foi o sucesso do sucesso. Nosso desafio agora é acompanhar os novos controladores, para garantir a saúde da concessão e a qualidade do serviço”, disse o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone.

    A Energisa, maior vencedora da concorrência, já controla nove concessões de distribuição, incluindo no Mato Grosso, divisa com Rondônia, o que deve garantir sinergias na operação da Ceron. “Pretendemos também buscar o máximo de sinergia da Ceron com o Acre. Nossa ideia era fazer o ‘combo Noroeste'”, afirmou o presidente do grupo, Ricardo Botelho.

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    Já a Oliveira Energia, que ficou com a Boa Vista Energia, de Roraima, atua com fornecimento via termelétricas no Estado e no Amazonas. Ela terá como sócia na empreitada a ATEM, uma distribuidora de petróleo local.

    A Oliveira e a ATEM contaram com assessoria do ex-presidente de Furnas, subsidiária da Eletrobras, Flávio Decat, que também já foi executivo da Cemig e do Grupo Rede.

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    “Nós estamos em Boa Vista há seis anos, nossa empresa tem 40 anos de vida, 25 no setor de energia. Achamos que é um segmento que dá rentabilidade. Vamos trabalhar muito, contratar pessoas especializadas”, disse a jornalistas o presidente da Oliveira, Orsine Oliveira.

    Segundo o BNDES, organizador do leilão, as distribuidoras receberão dos novos controladores um aporte de capital total de 688 milhões de reais, como parte das regras da privatização.

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    Posteriormente, as empresas deverão receber investimentos totais na rede de cerca de 1,5 bilhão de reais nos próximos cinco anos.

    Botelho, da Energisa, disse que a companhia comentará suas estratégias para equacionar esses investimentos em uma teleconferência na sexta-feira.

    Em fato relevante, afirmou que “acredita que seu histórico bem-sucedido de transformação operacional e financeira será essencial para melhorar os indicadores de qualidade, perdas, inadimplência e também o equilíbrio econômico-financeiro das Distribuidoras, trazendo benefícios para seus consumidores”.

    Já Oliveira disse que seu grupo “tem caixa” para cumprir com os aportes necessários.

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    Questionado sobre a vitória de um grupo sem experiência de distribuição de energia no leilão, o diretor-geral da Aneel, Pepitone, disse que a Oliveira Energia está comprando toda a estrutura da concessão de Roraima no leilão, inclusive funcionários.

    Ele também afirmou que a qualificação da empresa será averiguada pelo regulador no momento de aprovar a transferência da concessão.

    “Vamos seguir o que está na regulamentação e ver se, item a item, atende a contento”, disse.

    Próximas

    A Eletrobras ainda pretende vender suas distribuidoras no Amazonas e em Alagoas, sendo que o leilão da primeira está agendado para 26 de setembro, enquanto a elétrica alagoana teve a negociação travada por uma decisão liminar do ministro Ricardo Lewandowsky, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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    Questionado por jornalistas, o presidente da Energisa, Ricardo Botelho, disse que o grupo descarta disputar a empresa do Amazonas, mas poderá avaliar a do Alagoas. Ele disse, no entanto, que não faria maiores comentários devido à ação judicial contra a privatização.

    Já a Oliveira Energia não descarta avaliar também a Amazonas Energia, segundo o presidente do grupo.

    “Estamos sempre esperando na parada de ônibus. Se um ônibus passa”, brincou o executivo, embora ressaltando que não há uma decisão sobre o investimento.

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