A economia da América Latina e do Caribe ampliará sua deterioração em 2019 e registrará fraco crescimento de 0,1%, impactada por um contexto global de tensões comerciais e incertezas, segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). A organização afirmou que a desaceleração no ritmo de expansão chegará a 17 das 20 economias da região neste ano. “A dinâmica da atividade econômica ocorre num contexto em que a economia global reduziu sua contribuição para o crescimento da região neste ano, situação que provavelmente permanecerá no próximo ano”, informou a Cepal. Para 2020, o órgão espera expansão do Produto Interno Bruto (PIB) da região de 1,4%.
Em julho, o órgão da Organização das Nações Unidas havia projetado expansão econômica regional de 0,5%, bem abaixo do estimado em abril, de 1,3%. Com isso, se cumpririam sete anos em que a América Latina e o Caribe permaneceriam situados em um patamar de baixo crescimento que se traduziu, por sua vez, em uma deterioração dos níveis de renda média per capita”, aponta a Cepal. “O PIB per capita da região se veria reduzido em 4% entre 2014 e 2019, o que implica uma queda anual média de 0,8%.”
A Cepal manteve a estimativa de que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, a principal economia do bloco, registrará aumento de 0,8% em 2019, mas aplicou um corte acentuado em sua previsão para o México, que deve crescer 0,2% este ano, ante estimativa anterior de 1,0%. A economia da Argentina recuará 3% neste ano, queda mais acentuada que a previsão anterior, de -1,8%. A Colômbia terá expansão de 3,2%, o Peru, de 2,5%, e o Chile, de 1,8%, segundo a Cepal.
“Não só o comércio e o nível de atividade vêm desacelerando no mundo de forma pronunciada – afetando a demanda por exportações que enfrentam a América Latina e o Caribe – como também se viram afetados pela baixa dos preços das matérias-primas que muitos países da região exportam”, descreve a Cepal. “Além disso, os episódios de aumentos na volatilidade influíram em momentos negativamente nas condições financeiras e nos fluxos de financiamento disponíveis para os países.”
(Com Reuters e Estadão Conteúdo)