Após uma segunda-feira de pânico e perdas pelas bolsas globais, com crescente aumento de uma recessão nos Estados Unidos, a bolsa brasileira, que iniciou o dia em forte queda, fechou o dia em baixa de 0,51%, aos 125.216 pontos. O dólar, que chegou a ser cotado em 5,86 reais durante a manhã, no maior valor desde outubro de 2020, encerrou o dia vendido a 5,74 reais, renovando o maior patamar desde março de 2021.
“O mercado brasileiro abriu o dia repercutindo o sentimento de pessimismo generalizado no mundo, com o medo de recessão nos EUA. Por aqui, a maior parte dos ativos seguiu o dia todo em campo negativo, tendo em vista a difícil tarefa de se ter clareza sobre qual será a direção da economia brasileira e os reais impactos sobre as empresas listadas aqui, caso de fato tenhamos algum processo de recessão na principal economia mundial”, diz Sidney Lima, Analista CNPI da Ouro Preto Investimentos.
Jefferson Laatus, chefe-estrategista do grupo Laatus, explica que o estresse do mercado financeiro gerou um sell-off, quando há um efeito manada com muita gente vendendo ativos e buscando sair do risco. No entanto, eram aguardados dados importantes sobre o setor de serviços nos Estados Unidos, nesta segunda-feira, 5, que se viessem acima do esperado poderiam melhorar o humor dos investidores. E foi o que aconteceu. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços dos Estados Unidos veio acima do esperado: subiu de 48,8 em junho para 51,4 em julho, mostrando expansão da atividade, assim como o PMI SM, também acima de 50. “Isso não muda o cenário, mas alivia o risco. Então, por isso que a gente viu as bolsas lá fora diminuíram suas quedas mais da metade”, diz Laatus.
Mesmo assim, o tombo foi grande nas bolsas americanas. Dow Jones e o S&P 500 registraram a maior queda diária desde setembro de 2022. A queda do Dow Jones foi de 2,60%, aos 38.703,27 pontos e o S&P 500 fechou em queda de 3%, aos 5.186,33 pontos. Na Nasdaq, a queda foi de 3,43%, aos 16.200 pontos.
“A nossa bolsa também, que estava um pouco mais pesada na parte da manhã, deu uma melhorada.Ou seja, não é uma mudança de cenário, mas é uma mudança de perspectiva. Vale lembrar que agora o mercado vai começar a reagir positivamente quando saem dados bons nos Estados Unidos e negativamente quando saem dados ruins. O contrário do que vinha acontecendo algumas semanas atrás, onde todo dado ruim era comemorado porque trazia a premissa de corte de juros dos Estados Unidos e todo dado bom trazia talvez uma postergação de corte de juros dos Estados Unidos”, diz Laatus.