O dólar tem mais um pregão nervoso. Às 10h50, a moeda americana apresentava alta de 0,5% e era vendida a 4,173 reais. No início das negociações, a cotação chegou a 4,182 reais. Segundo o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, o nervosismo do mercado se explica pelo ambiente interno, pois, nesta terça-feira 4 haverá mais uma pesquisa do Ibope.
“A situação está a mesma no Brasil e não agrada ao mercado. A nova pesquisa não deve trazer nenhuma mudança no panorama eleitoral, o que deixa os investidores mais receosos, pois não está na dianteira o candidato preferido do mercado”, disse Galhardo.
No cenário internacional, Galhardo ressalta que a volta dos negócios nos Estados Unidos depois do feriado do Dia do Trabalho, comemorado nesta segunda-feira 3, por si só, já teria um reflexo no pregão brasileiro. “O dólar está valorizado em relação a todas as moedas, não somente ante o real. Há mais fluxo sendo negociado”, afirmou.
Outro fator que pode explicar esse stress nos negócios nesta terça-feira é a situação econômica da Argentina, que mesmo depois do anúncio da reforma administrativa e da criação de um novo imposto sobre as exportações, continua com sua moeda desvalorizada. O governo argentino cortou pela metade o número de ministérios e começou a taxar de 3 a 4 pesos por dólar exportado. Essa medida dura até 2020.
“Há uma preocupação de contágio na economia do Brasil, e os investidores estão atentos a tudo isso. O país tem uma situação mais confortável pela quantidade de reservas cambiais de quase 400 bilhões de reais de que dispõe. Mas a questão eleitoral deixa o mercado apreensivo”, ressaltou.