O dólar fechou hoje em forte alta de 1,50% e encerrou o dia a R$ 5,59. A moeda americana já acumula alta de 15% no ano. É o maior valor desde janeiro de 2022.
Apenas no mês de junho a moeda acumula alta de mais de 6% em relação ao real. A forte preocupação com o cenário fiscal no país e questionamentos a respeito da política monetária influenciaram a alta da moeda.
A divulgação da taxa de desemprego e as preocupações dos economistas começam a questionar os próximos passos da política monetária e a convergência da inflação para a meta.
Outro ponto que tem influenciado a alta do dólar são as constantes declarações do presidente Lula. Nesta sexta-feira, 28, o presidente voltou a falar sobre o ajuste fiscal. Em seu discurso, Lula negou de novo a hipótese de desvinculação de pensões e benefícios como o BPC (Benefício de Prestação Continuada) da política de ganhos reais do salário mínimo.
“Queria fazer ajuste fiscal na rentabilidade dos banqueiros, que ganham dinheiro especulando”, disse o presidente em cerimônia de anúncio de investimentos do governo federal em Minas Gerais, nas áreas de energia e educação.
No fim do dia, o presidente voltou a repetir críticas ao ajuste fiscal, dizendo que não fará ajuste em cima dos trabalhadores. “Agora mesmo estão dizendo que é importante ter preocupação e fazer ajuste fiscal porque o salário mínimo está ficando alto. Que salário mínimo alto? É o mínimo. Eu farei qualquer ajuste necessário, porque não quero gastar mais do que a gente ganha, mas não será nunca em cima do povo trabalhador e pobre”, afirmou.
Outro fator que influenciou a alta foram os ajustes em relação à Ptax, a taxa de câmbio usada pelo Banco Central como referência para contratos futuros. No último dia de cada mês, os agentes do mercado tentam ajustar essa taxa para favorecer suas posições de compra (para aumentar o valor do real em relação ao dólar) ou de venda (para diminuir esse valor).