(Atualizado às 11h50)
A taxa de desemprego no Brasil subiu para 4,8% em novembro, ante 4,7% em outubro, informou a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira. O resultado também ficou acima dos 4,6% registrados em novembro de 2013. Analistas consultados pela agência Reuters projetavam uma desaceleração para 4,4% em novembro.
No conjunto das seis regiões pesquisadas, o IBGE estima em 1,2 milhão o número de pessoas desocupadas, estável tanto em relação a outubro quanto a novembro de 2013. Já a população ocupada foi estimada em 23,4 milhões de pessoas, também estável em relação a outubro. A PME é realizada nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
“Houve um aumento da procura por trabalho no fim do ano”, explicou a pesquisadora do IBGE Adriana Berenguy. Segundo ela, o resultado pode indicar uma pressão exercida por um contingente de jovens voltando para o mercado, seja para complementar a renda familiar ou para fazer dinheiro para as férias.
O diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, cita a normalização da população economicamente ativa (PEA) como destaque para o resultado do mês passado. Essa taxa subiu 0,6% tanto na comparação com outubro quanto sobre novembro de 2013, para 24,57 milhões de pessoas. “O baixo patamar da taxa de desemprego nos últimos meses tem sido explicado principalmente pela retração da PEA, o que não condiz com o que é sugerido pela demografia e pela resposta ao ciclo econômico”, disse Barros em nota.
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Pelos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, cujo objetivo é que substitua a PME, a taxa de desemprego ficou estável em 6,8% no terceiro trimestre, com queda no emprego com carteira assinada no setor privado.
Em novembro também houve queda de 82% na geração de empregos formais em relação ao mesmo mês do ano passado, com a abertura de 8.381 vagas, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, divulgados na quinta-feira.
Para 2015, a tendência é que o Brasil experimente uma reversão da queda do desemprego e da tendência de ganhos reais de salários, a não ser que haja uma mudança nas expectativas dos empresários.
(Com agência Reuters)