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Desaceleração chinesa é ruim para o Brasil, mas boa para o mundo, diz economista

Em artigo no Financial Times, economista Michael Pettis explica por que a desaceleração chinesa será positiva para a recuperação mundial, mas alerta que os prejudicados serão os exportadores de commodities, como o Brasil

Por Da Redação
24 jul 2012, 10h24
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  • A desaceleração chinesa terá efeito benéfico na recuperação econômica mundial, segundo economista e professor da Universidade de Pequim, Michael Pettis. Em artigo publicado na edição desta segunda-feira do jornal britânico Financial Times, Pettis argumenta que, se o governo chinês continuar efetuando reformas na política monetária e fiscal no país, a demanda proveniente da China continuará crescendo, mesmo que o Produto Interno Bruto (PIB) desacelere. E, com a renda das famílias chinesas em ascensão, o mundo produzirá mais para abastecê-las.

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    Para aumentar os gastos das famílias em relação ao PIB, Pettis sugere que a China aumente salários, valorize a moeda local e reduza os impostos pagos pela população para subsidiar os juros baixos do mercado de crédito chinês. “Mas essas medidas reduzirão o crescimento. Esse imposto pago pelas famílias é a maior origem de desequilíbrio econômico da China, mas também a fonte desse crescimento espetacular do país”, afirmou o economista, em seu artigo.

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    Contudo, o economista está otimista em relação à intenção do governo chinês em resolver problemas estruturais, como redução de gastos desnecessários do governo e controle cambial. Pettis, que defende com firmeza o aumento dos juros na China, explica em seu texto que, involuntariamente, os juros já estão subindo. Ainda que Pequim tenha reduzido a taxa de juros duas vezes em 2012, a inflação está caindo muito mais rápido. E isso faz com que o juro real pago nas operações de crédito aumente.

    A ideia de Pettis é que, com juros mais altos e impostos financeiros menores, o chinês – que é um ávido poupador – irá guardar menos e gastar mais. Ele acredita que, ao aumentar o poder de compra dos chineses por meio de uma nova política fiscal, Pequim irá beneficiar, automaticamente, toda a indústria mundial. “O que o resto do mundo quer da China não é o rápido crescimento, e sim maior demanda”, afirma. Segundo ele, para que o equilíbrio das contas chinesas ocorra, é preciso que a renda das famílias cresça mais que o PIB por muitos anos. Ou seja, se o crescimento chinês desacelerar para taxas anuais de 3% (como ele espera que aconteça), a renda das famílias terá de aumentar a taxas de 5% a 6% ao ano.

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    Mas, ao crescer menos, a China irá, necessariamente, forçar uma queda no preço das commodities e prejudicar economias cujo crescimento depende, em sua maior parte, da exportação desses produtos. O Brasil e a Austrália seriam, de acordo com Pettis, os mais prejudicados. “Aumentar a demanda chinesa e reduzir os preços das commodities seria bom para o crescimento mundial, no final das contas”, afirmou.

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