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Os motivos para o mercado elevar a perspectiva de corte da Selic

Com o cenário indicando melhora na inflação, crescem as apostas para um corte de magnitude maior, de 0,50 ponto percentual

Por Luana Zanobia Atualizado em 25 jul 2023, 14h48 - Publicado em 25 jul 2023, 11h52
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  • Brasília (DF) 27/04/2023 Ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante sessão de debates temáticos para discutir juros, inflação e crescimento.
    Processo de desinflação aumenta expectativa pela redução dos juros (Lula Marques/Agência Brasil)

    O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), prévia da inflação, apontou deflação de 0,07% em julho, sendo esta a primeira queda em dez meses nesta medição. O resultado ficou abaixo do consenso do mercado, que previa uma queda menor, de 0,03%, em julho. Com o cenário indicando melhora na inflação, o mercado elevou a aposta para um corte de maior magnitude, de 0,50 ponto percentual, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que será realizada na próxima semana.

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    Essa é a primeira queda no índice desde setembro de 2022, quando recuou 0,37% devido à política de corte de impostos nos combustíveis implementada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para impulsionar sua popularidade às vésperas das eleições. O índice agora recua como resultado da melhoria no cenário fiscal, do andamento da reforma tributária e das políticas de incentivos fiscais, registrando redução tanto em itens transitórios, como nos preços dos automóveis e da energia elétrica, como em itens mais influenciados pela sazonalidade, como alimentos e a redução de impostos para carros novos e populares. Mesmo os dados mais resilientes e sensíveis à política monetária, como os núcleos, que incluem preços voláteis, e os serviços, mostraram uma tendência de desinflação. Por isso, o resultado fornece informações importantes para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em particular a melhoria inesperada nos núcleos e serviços. “Para um BC ‘dependente dos dados’, o IPCA-15 de junho tem o poder de amainar a cautela e parcimônia dos diretores mais conservadores, abrindo a porta para o processo de afrouxamento monetário ser iniciado com um corte de 0,50 ponto percentual na próxima semana, sem necessariamente perder a paciência e a serenidade”, diz Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez.

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    Com o restado, a inflação no acumulado de 12 meses cai de 3,40% para 3,19%, elevando as expectativas do mercado para o corte da taxa de juros, a Selic. No entanto, agora o que divide o mercado é a magnitude do corte. A Nomos, Guide, Constância e Ativa Investimentos veem espaço para um corte de 0,50 ponto percentual. “Esse novo dado coloca o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, numa situação de ter que abrir um debate desconfortável para ele: a redução de 0,50 ponto percentual já na próxima reunião”, diz Beto Saadia, economista e diretor de investimentos da Nomos. “Esse Banco Central sempre atuou com mais rigor do que a expectativa de mercado. Subiu juros mais que a expectativa, manteve além da expectativa e provavelmente deseja reduzir num ritmo menor do que espera o mercado”, pontua. Segundo o economista, “uma das desculpas” que podem vir carimbadas no comunicado é a defasagem dos preços da gasolina e do diesel, que operam bem abaixo da sua referência internacional. Além disso, dos itens avaliados pelo IPCA-15, os combustíveis foram o grupo com maior impacto altista devido à volta da tributação.

    Embora o IPCA-15 mostre uma tendência de desinflação nos núcleos de inflação, a economista da Tenax Capital, Amabile Ferrazoli, ressalta que as variações nos próximos meses podem não seguir o mesmo padrão observado neste levantamento. “A economia permanece resistente, e as expectativas de inflação continuam desconectadas das metas estabelecidas”, diz. Diante disso, a previsão da casa é de uma redução de magnitude menor, de 0,25 ponto percentual.

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