Mesmo estando tão perto do Brasil, os torcedores do nosso principal rival no futebol podem ter problemas para ver de perto a Copa do Mundo deste ano. A pouco mais de um mês do Mundial, o governo de Cristina Kirchner resolveu apertar ainda mais o cerco sobre as compras feitas em moeda estrangeira, dificultando a vida dos “hermanos” que querem acompanhar os jogos. Na segunda-feira, o chefe da AFIP – a Receita Federal argentina – disse que está fiscalizando não só a compra de passagens ao exterior como também de ingressos para eventos esportivos pela Internet. Segundo o jornal Clarín, o chefe da AFIP, Ricardo Echegaray, disse que o órgão poderá intervir e promover sanções caso algum contribuinte tenha gastos superiores aos que foram declarados.
A Argentina vem mantendo fortes restrições ao acesso a moedas estrangeiras para tentar elevar sua reserva externa. O país atravessa uma crise cambial devido à escassez de dólares, combinação da dificuldade de se financiar no exterior (provocada pelo calote de 2002) com inflação galopante e fraco investimento estrangeiro. Para tentar contornar a situação, o governo tem mantido elevados impostos para compras feitas no exterior. Os gastos no cartão de crédito são taxados em 35% e as compras de dólares tem a incidência de um tributo de 20%.
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“Na AFIP estamos realizando controles permanentes mediante o cruzamento de dados, não só com as agências de turismo, como com gastos efetuados com cartão de crédito e, inclusive, mediante a compra de ingressos em sites onde são reproduzidas as vendas, como o Mercado Livre”, disse Echegaray, segundo o Clarín.
As declarações aconteceram logo depois de o Fisco argentino reconhecer que impôs sanções a dezessete contribuintes que viajaram aos Estados Unidos no último final de semana para assistir à luta do boxeador argentino Marcos “El Chino” Maidana contra o lutador americano Floyd Mayweather Jr. Segundo a AFIP, os gastos declarados por esses contribuintes foram inferiores ao valor real desembolsado por eles.
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