O embargo europeu à importação de frango brasileiro está afetando a produção das empresas do setor no país. Esse é o caso da Cooperativa Central Aurora Alimentos, que dará férias coletivas para os funcionários da unidade industrial de abate de processamento de aves de Guatambu (SC), no período de 2 a 31 de julho.
“A medida tornou-se inadiável em razão dos percalços que afetam o mercado internacional e impactam todas as companhias avícolas brasileiras desde agosto do ano passado”, afirmou a Aurora em comunicado.
A unidade de Guatambu, uma das oito indústrias avícolas operadas pela empresa, tem 1.283 trabalhadores e abate 29,5 milhões de frango por ano, o que representa 11,8% do abate total da Aurora. É a segunda planta a entrar em férias coletivas. A primeira é a de Abelardo Luz, com 1.391 trabalhadores e abate de 33,5 milhões de frangos por ano (13,4%), que suspenderá provisoriamente as atividades a partir de 4 de junho.
“A Aurora Alimentos avaliará e decidirá em julho se haverá necessidade de colocar uma terceira planta industrial em férias coletivas”, disse a empresa.
A empresa ainda cita que o suprimento do milho passa por um período de retenção especulativa, cujo efeito é o inflacionamento artificial de seu preço.
Outras empresas recorreram às férias coletivas para adequar a produção à queda da demanda. Esse é o caso da BRF, dono das marcas Sadia e Perdigão, e uma das mais afetadas pelo embargo europeu.
No dia 19 de abril, a União Europeia anunciou a exclusão de 20 unidades de frigoríficos da lista dos que estão autorizados a exportar frango para o bloco comercial. Essas empresas representam cerca de 30% do total de frango exportado para a União Europeia. O motivo alegado para barrar a compra da carne brasileira foi a presença de salmonela em alguns lotes importados. O governo brasileiro rebate o argumento, pois diz que os tipos de salmonela encontrados desaparecem após o cozimento da carne. O ministro Blairo Maggi (Agricultura) afirmou que o bloqueio tem motivo comercial.
(Com Reuters)