O Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 1,5 ponto em fevereiro ante janeiro, passando de 76,2 para 74,7 pontos, informou nesta segunda-feira, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o índice alcança o menor nível desde setembro de 2015. O ICI está 11,6 pontos abaixo do registrado no mesmo mês de 2015.
A queda do ICI em relação ao mês anterior foi determinada principalmente pelo recuo de 2,8 pontos do Índice de Expectativas (IE), para 72,6 pontos, o menor da série histórica. O Índice da Situação Atual (ISA) também retrocedeu, mas bem menos (0,5 ponto), ficando em 77,1 pontos. Dos 19 segmentos pesquisados, 10 registraram queda da confiança no período.
Em nota à imprensa, o superintendente Adjunto para Ciclos Econômicos da FGV/IBRE, Aloisio Campelo Jr., escreve que “o resultado de fevereiro reforça a suspeita de que a alta da confiança industrial nos últimos meses poderia não se sustentar ao longo do primeiro semestre”.
“A queda do ICI devolve mais da metade da alta acumulada entre o mínimo histórico, ocorrido em agosto, e o mês passado. Além de sinalizações de que a demanda interna continua enfraquecendo, a pesquisa mostra uma piora expressiva das expectativas em relação aos próximos meses”, afirma Campelo Jr.
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Serviços – Já o Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 0,7 ponto na passagem de janeiro para fevereiro, na série com ajuste sazonal, ainda conforme a FGV. Com o resultado, o ICS saiu de 69,5 pontos para 68,8 pontos no período. Para a instituição, os dados demonstram que a melhora ensaiada no início do ano não se concretizou.
“Os sinais de uma relativa melhora na percepção das empresas registrados no início do ano não se confirmaram em fevereiro. O ambiente econômico permanece marcado por uma demanda em queda, encolhimento do mercado de trabalho e piora nas condições de crédito. Nesse contexto, as avaliações voltam a se deteriorar e o indicador de ímpeto de contratações para os próximos meses prossegue em queda”, diz o economista Silvio Sales, consultor da FGV, em nota.
Ao todo, nove das 13 atividades investigadas tiveram queda na confiança na passagem do mês. O resultado geral foi determinado tanto pela percepção sobre o momento corrente quanto pelas expectativas em relação aos meses seguintes.
(Com Estadão Conteúdo)