O volume de vendas do comércio varejista apresentou forte queda em agosto, com desempenho 3,1% menor na comparação com o mês anterior. Essa é a primeira taxa negativa desde abril, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 6. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o setor vendeu 4,1% menos.
Apesar do avanço da vacinação e da circulação de pessoas, que beneficia atividades comerciais, os preços mais altos inibiram as compras em algumas categorias, influenciando no resultado do mês. “Houve efetivamente um gasto menor das famílias na passagem de julho para agosto”, afirma o gerente da Pesquisa Mensal do Comércio, Cristiano Santos.
A queda foi registrada em 24 das 27 unidades da federação. No ano, entretanto, o varejo acumula alta de 5,1% e, nos últimos doze meses, crescimento de 5%.
Desempenho
A maior queda registrada foi na categoria de outros artigos de uso pessoal e doméstico (-16,0%), que teve a principal influência negativa sobre o indicador do comércio varejista. Essa atividade é composta, por exemplo, pelas grandes lojas de departamento. Também recuaram no período os setores de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-4,7%), combustíveis e lubrificantes (-2,4%), móveis e eletrodomésticos (-1,3%), livros, jornais, revistas e papelaria (-1,0%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,9%). “Hiper e supermercados, assim como combustíveis e lubrificantes, vêm sendo impactados pela escalada da inflação nos últimos meses, o que diminui o ímpeto de consumo das famílias e empresas. A receita nominal de hiper e supermercados ficou perto de zero (0,3%) e a de combustíveis recuou 0,7%”, explica.
As duas atividades que tiveram variação positiva no volume de vendas em agosto foram tecidos, vestuário e calçados (1,1%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,2%).
No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, veículos e materiais de construção, o volume de vendas caiu 2,5% em agosto na comparação com julho. A atividade de veículos, motos, partes e peças teve variação positiva de 0,7%, enquanto material de construção variou negativamente (-1,3%).