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Indústria teme novo ano de perdas com piora da pandemia e restrições

Setor ganha fôlego no segundo semestre de 2020, mas retomada será prejudicada com piora da pandemia; PIB do setor cresceu 1,9% no 4º trimestre

Por Felipe Mendes Atualizado em 5 mar 2021, 08h42 - Publicado em 4 mar 2021, 08h32
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    CRESCIMENTO - Indústria em São Paulo: medidas propostas visam a incentivar a produção e gerar emprego (Germano Luders/.)

    O final do último ano foi positivo para a indústria. A despeito da queda acachapante vista no Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2020 (retração de 12,3%), o setor apresentou uma expansão de 1,9% no quarto trimestre em comparação aos três meses predecessores e de 1,2% em relação a igual período do ano anterior. O saldo anual, no entanto, foi negativo: queda acumulada de 3,5% frente a 2019, o pior ano para o setor desde 2016. Os números da pesquisa foram divulgados na quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Entretanto, diante das medidas de isolamento divulgadas pelo país nos últimos dias, devido ao avanço acelerado do novo coronavírus no país, os atores do setor temem que 2021 seja um ano de novas perdas.

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    A indústria engloba atividades como o setor manufatureiro e extrativo, construção civil e a produção e distribuição de energia e gás. Em 2020, somente as atividades extrativas (petróleo e minério de ferro, por exemplo) alcançaram evolução frente ao ano anterior, com avanço de 1,3%. “A expectativa para 2021 era de recuperar a perda de produção ocorrida em 2020 pela interrupção das atividades. Mas, neste momento, o viés é de baixa”, diz Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil, a Abit. “Pelo nosso ritmo de atividade no momento, o primeiro trimestre ficará novamente no terreno negativo.”

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    No último trimestre de 2020, o avanço só não foi maior, na avaliação do IBGE, devido aos desempenhos da indústria extrativa (recuo de 4,7% em relação ao terceiro trimestre), construção civil (-0,4%), eletricidade e gás, água e esgoto (-1,2%).

    Apesar do declínio de 7% ao longo do ano, Luiz França, presidente da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias, a Abrainc, realça a importância da construção civil para o PIB do país — o segmento foi colocado como atividade essencial desde o início da pandemia. “Essa queda no PIB da construção é relativa já que o mercado cresceu em 2019”, diz ele. “Somos um mercado importante, o que ajudou o Brasil a não registrar uma grande perda no PIB consolidado. Em 2020, nós geramos [entre demissões e contratações] 112 mil empregos.”

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    Além da construção civil, outro mercado que sofreu em 2020 foi a atividade das Indústrias de Transformação, que recuou 4,3% ao longo do ano, influenciada, sobretudo, pela queda em volume do valor adicionado da fabricação de veículos automotores, de outros equipamentos de transporte, confecção de vestuário e metalurgia. “De março a junho, a produção do nosso mercado [confecção e têxtil] chegou a cair 90%. Mas, tivemos um crescimento grande no segundo semestre, que foi fundamentalmente motivado pelo auxílio emergencial. Mesmo assim, não conseguimos fechar o ano no positivo”, afirma Pimentel. “O setor têxtil fechou o ano com 6,6% negativo, enquanto a indústria de confecção caiu em torno de 20%, assim como o varejo da categoria.”

    Para Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, as projeções para o desempenho da indústria do aço em 2020 vieram melhores que o esperado. “Em abril de 2020, quando estávamos no auge da crise, prevíamos uma queda de 18,8% para o ano na produção de aço bruto, e encerramos o ano com uma queda de 4,9%. Da mesma forma, prevíamos uma queda na venda interna de produtos de 17,9%, mas terminamos o ano com crescimento de 2,4%. E, além disso, prevíamos uma queda do consumo aparente de 19,8%, mas tivemos um crescimento de 1,2%. Isso mostra que houve uma retomada muito intensa a partir de junho”, afirma ele. Para este ano, a projeção da indústria do aço é de crescimento de 6,7% na produção de aço bruto, para 33 milhões de toneladas, além de um avanço de 5,3% na venda interna e 5,8% no consumo aparente da categoria.

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    Os executivos ressaltam, no entanto, que o crescimento projetado só será alcançado se a taxa de imunização da população avançar concomitantemente às reformas estruturantes colocadas em pauta no Congresso. “Para recuperarmos a competitividade sistêmica da indústria, precisamos de vacinação em massa e apoio aos desassistidos, além da aprovação dos projetos que reduzam o Custo Brasil, como a reforma tributária e a administrativa. São coisas interligadas”, diz Mello Lopes. “Não vai haver retomada consistente da economia se não houver solução para saúde. E solução para saúde é vacinação”, prega Pimentel, da Abit. A indústria, que representa 21,4% do PIB do país, espera que a retomada do crescimento do mercado ande vis-à-vis com o equilíbrio fiscal.

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