Diversas instituições financeiras revisaram para cima a projeção do PIB em 2021 após a divulgação do IBC-Br pelo Banco Central. Divulgado na quinta-feira, 13, o índice abrange estimativas sobre os setores da indústria, serviços e agropecuária feitas a partir da evolução da oferta total e é considerado uma prévia do PIB.
De acordo com o indicador, em março o IBC-Br diminuiu 1,59%, o que ficou acima da expectativa dos economistas, que esperavam uma retração de 3,75%. O principal motivo dessa surpresa positiva se deve ao fato de que a Covid-19 teve um impacto mais leve nas atividades econômicas que o esperado. Em relatório divulgado no final da quinta-feira, 13, os economistas da XP Investimentos revisaram de 3,2% para 4,1% o crescimento do PIB brasileiro em 2021 ao mesmo tempo que estimaram para cima o IPCA, de 4,9% para 5,4%, prevendo uma maior pressão sobre a inflação.
Para a XP, o principal motor desta alta do PIB é o alívio sobre os ativos brasileiros, uma vez que os títulos longos do Tesouro americano recuaram. Além disso, a vacinação aquece o crescimento das economias americana, chinesa e mesmo europeia, trazendo ainda um impacto positivo ao Brasil, cuja piora da pandemia foi mais leve que o esperado.
Para a análise, a XP considerou ainda a retomada global e a alta dos preços das commodities. “Desde o início de abril, os preços de produtos importantes para nossa pauta de exportações, como soja e minério de ferro, subiram em torno de 10%. A elevação total, desde meados do ano passado, chega a 80%”, diz o documento.
O Credit Suisse, por sua vez, em análise de Solange Srour e Lucas Vilela, projetou um crescimento do PIB em 2021 de 3,2% para 3,6%. “Os números acima do esperado dos principais indicadores de atividade econômica nos últimos meses nos levaram a revisar nossa projeção de crescimento do PIB em 2021 de 3,2% para 3,6%”, diz a análise.
O banco suíço projetou ainda que a inflação estará em 5,4% no fim de 2021 e de 4,2% no fim de 2022 e que a taxa Selic atingirá em outubro 6,5% anuais. Sobre a dívida bruta, não espera que irá se estabilizar até 2026, mas que “atingirá 96% do PIB em 2026 e, em seguida, começará a diminuir”. Já a projeção sobre o déficit primário é alcançar 4,4% do PIB em 2021, com aumento de gastos do governo para 125 bilhões de reais além do limite.
O banco Itaú também projetou o PIB de 2021 para cima e aumentou levemente a estimativa de 3,8% para 4%. No entanto, a estimativa de crescimento no primeiro trimestre do ano foi reduzida de 0,5% para 0,4%, enquanto a do segundo trimestre subiu de -0,5% para -0,1%. “Há sinais de arrefecimento da segunda onda de coronavírus, em meio ao avanço da vacinação, sobretudo da população sob maior risco. No entanto, os sistemas de saúde ainda estão pressionados, e há riscos relacionados ao surgimento de novas variantes, à eficácia das vacinas e à chegada de insumos e imunizantes do exterior”, diz o relatório.