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Chuvas geram perdas de R$ 20 mi e 7 mil toneladas de alimentos na Ceagesp

Chuva devastou parte dos alimentos no maior entreposto da América Latina, entre frutas, legumes e verduras

Por Felipe Mendes Atualizado em 12 fev 2020, 15h07 - Publicado em 11 fev 2020, 17h17
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  • A segunda-feira, 10, foi digna de filme de terror para a maioria dos paulistanos. A chuva torrencial que culminou no transbordar de rios, causou alagamentos, congestionamentos, desabamentos e quedas de árvores por todo o estado de São Paulo, abalou a rotina da população. Não foi diferente para produtores e comerciantes. A Ceagesp, a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo, amanheceu inundada. O maior entreposto da América Latina contabilizou nesta terça-feira, 11, um prejuízo estimado em 20 milhões de reais, ou mais de 7.000 toneladas de alimentos, entre frutas, legumes e verduras, perdidos.

    Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça, Johnni Hunter Nogueira, diretor-presidente da companhia, disse que as medidas foram tomadas para amenizar os estragos causados pela enchente, mas que não há riscos maiores de desabastecimentos. “Estamos avaliando, mas acreditamos que não há risco, porque a enchente aconteceu de domingo para segunda, o que significa que os estoques estavam baixos. Ainda não tínhamos recebido a mercadoria”, afirma. Pescados, hortaliças e flores não foram prejudicados, segundo ele.

    A companhia ainda ressaltou que, devido as perdas, é possível que haja um aumento especulativo nos preços de frutas, legumes e verduras. “Esses preços podem durar por um ou dois dias, mas, como existe uma quantidade de produtos também represados no campo, a tendência é de redução nos preços depois de um tempo”, disse Gabriel Vicente Bitencourt, chefe da seção de controle de qualidade hortigranjeiros na Ceagesp.

    A Associação Paulista de Supermercados (Apas) informou que as perdas da categoria foram mínimas. “Boa parte das frutas, verduras e legumes vem do Ceagesp. Mas não tudo. Algumas redes, principalmente as grandes e as médias, abastecem suas lojas por meio de seus próprios centros de distribuição”, diz Ronaldo dos Santos, presidente da entidade. Problemas maiores de abastecimento, segundo ele, seriam vistos a partir do terceiro dia consecutivo de chuva que paralisasse as atividades do entreposto.

    A Ceagesp continua de portas fechadas neste momento para a limpeza do local. A expectativa é de que o entreposto volte a funcionar até a tarde desta quarta-feira, 12. Ainda há 4.000 toneladas de mercadorias que podem ser consideradas perdidas.

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    O comércio varejista também foi afetado. Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo, a Fecomercio, as chuvas causaram prejuízos de, pelo menos, 110 milhões de reais. O cálculo leva em conta setores sensíveis à compra por impulso, como supermercados, farmácias, vestuário, lojas de artigos esportivos e de livros e revistas.

    Segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping, a Alshop, os varejistas viram queda estimada em mais de 30% na segunda-feira. “O comércio sofreu com a impossibilidade de o consumidor chegar às lojas ou aos shoppings”, diz Luis Augusto Ildefonso, diretor institucional da Alshop. “Esse valor de 30% se refere principalmente a restaurantes. Em outros segmentos, a nossa sensibilidade é de perdas ainda maiores”. Com o temporal, alguns shoppings da capital, como o Shopping D e o West Plaza, fecharam mais cedo. Outros, no entanto, sequer abriram – casos do Shopping Villa Lobos e do Pátio Higienópolis.

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