As centrais sindicais farão paralisações e manifestações na sexta-feira em protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência. A mobilização ocorrerá um dia antes de as mudanças na CLT entrarem em vigor. A ideia é chamar atenção para alterações das normas que interferem na vida dos trabalhadores.
As entidades estão organizando atos – como passeatas – em todos os estados. A avaliação das instituições é de que as mudanças já aprovadas e as em discussão no Congresso são prejudiciais, porque retiram direitos conquistados. Estão previstas também assembleias e mobilizações em frente às empresas, no começo do dia, e interrupção de atividades por períodos curtos, de até uma hora.
Em São Paulo, a estimativa das centrais é que o protesto reúna cerca de 20.000 pessoas. Está programada uma marcha da Praça da Sé até a Avenida Paulista.
Segundo o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, a ideia é conscientizar sobre os prejuízos que as reformas trazem. “É um protesto geral. Acredito que a grande manifestação acontecerá quando a reforma da Previdência for posta em votação, embora haja gente [das centrais] que pense de maneira diferente”, disse a VEJA. Além da Força Sindical, participam da organização CUT, UGT, Nova Central, , Intersindical, CTB, Conlutas.
Reformas
A reforma trabalhista, que altera mais de 100 pontos da CLT, foi aprovada em julho, mas as regras só entram em vigor no dia 11 de novembro. Enquanto o governo argumenta que a flexibilização das leis permitirá criação de mais empregos formais, juristas e entidades dizem que as mudanças diminuirão a proteção aos trabalhadores, e muitas empresas ainda têm dúvidas sobre as novas regulamentações.
A reforma da Previdência foi aprovada na comissão especial sobre o assunto da Câmara em maio, mais ainda não passou pelo plenário. Na última segunda-feira, o presidente Michel Temer admitiu, em reunião com lideranças parlamentares, que enfrenta dificuldades para aprovar a medida. A informação trouxe pessimismo aos mercados e pressionou a bolsa de valores, que fechou em queda na terça.
Após a reação negativa, membros do governo insistiram que o projeto ainda está na pauta, e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que é possível que as mudanças sejam aprovadas ainda neste ano. Além de ser aprovado na Câmara, em dois turnos, o projeto precisa passar por mais duas sessões de votação do Senado.