A estratégia de cortar zeros da moeda para tentar controlar a inflação não é inédita. O Brasil já recorreu a esse remédio em várias ocasiões – a última delas em 1994. Antes disso, o Brasil já havia cortado três zeros da sua moeda em 1942 (criação do cruzeiro), 1967 (cruzeiro novo), 1986 (cruzado), 1989 (cruzado novo) e 1993 (cruzeiro real). Em 1994, o Brasil trocou o cruzeiro real pelo real – 2.750 cruzeiros reais passaram a valer 1 real.
Em 1993, uma medida provisória do então presidente Itamar Franco determinava o corte de três zeros do cruzeiro e instituía o cruzeiro real, que começaria a circular em 1º de agosto daquele ano.
Na prática, a medida simplificava operações como o pagamento de compras e o preenchimento de cheques. Devido à desvalorização do real, era necessário lidar com muitos números para realizar qualquer transação financeira.
Naquela época, o país enfrentava o que se chamava de dragão da inflação. Os preços subiam diariamente, corroendo o poder de compra dos salários. Era comum que as pessoas corressem para os supermercados no dia do pagamento para realizar a compra do mês. Era uma forma de tentar preservar o poder de compra.
Ficaram famosos os chamados ‘fiscais do Sarney’. Ao lançar o Plano Cruzado, em 1986, o então presidente José Sarney disse que todos os brasileiros deveriam ser um controlador dos preços.
O simples corte de zeros não é suficiente para combater a inflação. Como houve uma tentativa de congelamento de preços, os produtos começaram a sumir das prateleiras. Quem quisesse comprar leite ou carne, por exemplo, precisava pagar ‘ágio’ para o comerciante. Foi mais uma tentativa frustrada de controle da inflação.
O país passou por seis pacotes econômicos de 2009 a 1994: Cruzado 1 e 2, Bresser, Verão e Collor 1 e 2. O controle de preços só veio com o Plano Real, implantado em etapas: primeiro, em 1993, veio a reorganização dos gastos públicos; depois, a desindexação de preços. O Real foi instituído em 1994, por medida provisória.