Em um momento delicado para alguns mercados emergentes, investidores têm que separar os chamados países “vencedores” dos “perdedores”, para filtrar melhor suas apostas. Em evento da Bloomberg nesta quinta-feira, em Nova York, o diretor da BlackRock, maior gestora de recursos de capital aberto do mundo, criticou a morosidade com que o Brasil se ajusta ao novo mundo.
“Vemos vulnerabilidade nos países onde o ambiente político não tem conduzido reformas. Agilidade e amortecedores é o que buscamos; a ausência desses elementos faz com que o país seja um perdedor”, disse Pablo Goldberg, segundo matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo.
Ao jornal, o diretor disse que espera uma recuperação para o país “no mínimo” em 2017, o que depende essencialmente da “reconstrução da credibilidade”. “Se a perspectiva fosse mais favorável, o governo poderia negociar parte do ajuste fiscal para o futuro”. “O que é assustador é que o jogo político não leva a lugar nenhum. É preciso focar o estado da economia”, acrescentou.
Outros integrantes do evento também criticaram o Brasil, como representantes das gestoras Alliance Bernstein e TCW e do banco Wells Gargo. Questionado pela plateia sobre os “países que saíram da moda – Indonésia, Rússia e Brasil” – Derrick Irwin, gestor do Wells Fargo, ironizou: “Excelentes países… Não tem nenhum outro do qual podemos falar?”.
David Robbins, diretor da TCW, provocou risos ao “deixar o Brasil aos colegas”. Segundo ele, Rússia e Indonésia já ensaiam uma retomada. “O Brasil é daqueles países que enfrentam dificuldades devido ao declínio do ciclo de commodities, mas também devido a questões estruturais”, avaliou.
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(Da redação)