Em janeiro de 2012, foram criados 118.895 postos de trabalho formal no Brasil, já descontados os desligamentos, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Trata-se do pior resultado para o primeiro mês do ano desde 2009, quando houve saldo negativo de 101.748 postos de trabalho
Em relação a 2011, o resultado foi 21,82% menor, quando foram abertos 152.091 postos de trabalho. Apesar de mostrar a desaceleração, o resultado veio um pouco acima das projeções de mercado, que giravam em torno de 100 mil vagas para o período.
No mês passado, de acordo com o MTE, a área extrativa mineral foi a que mais empregou – já descontadas as demissões -, com um saldo de 82.506 novas vagas com carteira assinada. Em segundo lugar aparece o setor de serviços, com um total líquido de 61.463 postos. A construção civil foi responsável pela geração de 42.199 vagas no primeiro mês do ano e a indústria de transformação, por 37.462.
A agricultura foi capaz de gerar 12.318 postos no período e o setor de serviços industriais de utilidade pública, 974 vagas. Já a administração pública fechou 370 postos formais no mês passado.
O comércio, influenciado pela desaceleração econômica e por efeitos sazonais em que os funcionários contratados temporariamente no Natal são dispensados, fechou 36,34 mil vagas em janeiro de 2012.
Indústria reage – Na avaliação de técnicos do Ministério, apesar da desaceleração verificada nos últimos meses, o mercado de trabalho dá sinais de retomada. Na indústria de transformação, houve expansão do mercado de trabalho nos 12 segmentos analisados pelo ministério. O último mês em que foi registrada essa expansão generalizada, de acordo com o MTE, foi em fevereiro do ano passado. “Esse resultado aponta uma reação do setor, comparativamente ao desempenho verificado nos meses anteriores, tendo em vista que, em janeiro, após vários meses de modesto desempenho, o saldo de empregos registrados na indústria situou-se 20% acima da média para o período de 2003 a 2011”, escreveram os técnicos da Pasta em comunicado publicado no site do MTE.
As áreas que mais se sobressaíram no mês passado em termos absolutos foram calçados (6.148 vagas), indústria química (5.450 vagas), indústria de produtos alimentícios (4.889 vagas), indústria metalúrgica (4.612 vagas) e indústria mecânica (4.339 vagas).
Já o bom desempenho do setor de serviços foi impulsionado pelos ramos de comércio e administração de imóveis (32.086 postos), alojamento e alimentação (19.989 postos) e médicos e odontológicos (8.672 postos). O segmento de serviços de transportes e comunicações (2.265 postos) também ficou positivo, ao contrário de ensino (-2.687 postos), que apresentou retração do mercado de trabalho. De acordo com o MTE, o setor é influenciado por motivos sazonais, como o período de férias escolares, e por isso foi o único a registrar declínio do emprego.
O comportamento favorável da agricultura foi decorrente de desempenhos díspares de seus segmentos. Entre os destaques estão cultivo de frutas de lavoura permanente, exceto laranja e uva (7.643 postos), cultivo de soja (5.269 postos) e cultivo de cana-de-açúcar (2.191 postos). Entre os negativos estão cultivo de laranja (-4.530 postos) e atividades de apoio à agricultura (-3.526 postos).
Já o segmento de varejo puxou o mercado de trabalho para baixo em janeiro, segundo os dados do MTE. Na ocasião, foram demitidos 40.724 funcionários a mais do que o volume de contratação.
(Com Agência Estado)